Dois dias após jantar com o pré-candidato do PDT à Presidência, Ciro Gomes, para discutir o futuro da esquerda brasileira, o ex-prefeito Fernando Haddad passou por constrangimento na noite desta quinta-feira (22), durante ato em comemoração aos 38 anos do PT.
Dirigentes petistas repreenderam publicamente a hipótese de busca de um plano B para o partido. Ao discursar, o líder do PT no Senado, Lindbergh Farias (RJ), afirmou que o partido não está blefando ao dizer que "eleição sem Lula não existe".
Sem citar o nome de Haddad, Lindbergh atacou: "O pior cenário é a gente fazer o jogo da Rede Globo. Falar em plano B. Isso é bola nas costas", discursou Lindbergh, sendo congratulado pela presidente nacional do PT, senadora Gleisi Hoffmann (PR).
Chamado à mesa às pressas, após estar excluído da lista de ocupantes, Haddad ouviu Gleisi dizer que o ato era para reafirmação da candidatura de Lula.
"Essa história de plano B é um enxerto daqueles que querem disseminar a confusão", disse ela.
Haddad não discursou durante o ato. Aliados do partido também comentaram a iniciativa ao longo da tarde.
Presidente da Central de Movimentos Populares, Raimundo Bonfim disse que "é uma ofensa à militância do PT e dos movimentos sociais essa aproximação com quem vive falando mal de petistas".
"Haddad deveria gastar seu tempo para melhorar sua relação com os movimentos sociais?, afirmou.
Vice-presidente do PC do B, Walter Sorrentino disse ser "importante para a democracia que Lula possa ser candidato, dando ao povo a possibilidade de votar nele e opinar sobre a perseguição de que é vítima".
"O PC do B pensa que, unidas, as forças progressistas e de esquerda serão mais fortes. Têm o dever de convergir programaticamente e articular estratégias entre as candidaturas, no primeiro turno, para comparecerem ao 2º turno e vencer."