Estão emperradas as articulações para viabilizar o apoio do PSB a uma candidatura do ex-ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Joaquim Barbosa à Presidência da República. A pouco mais de um mês do prazo final para filiação partidária, parlamentares da legenda que trabalhavam para construir consenso em torno do nome do relator do processo do mensalão reconhecem que a ideia não deve vingar.
A viabilização da candidatura esbarra nos interesses de líderes do partido em seus estados. Desde a morte de Eduardo Campos, em 2014, o PSB sofre com divisões internas. O vice-governador de São Paulo, Marcio França, já anunciou que apoiará a candidatura do tucano Geraldo Alckmin a presidente, independentemente da posição que o partido tomar na eleição nacional. França deve assumir o governo do estado em abril, quando o tucano renunciar para disputar a Presidência, e pretende concorrer à reeleição.
Outras lideranças vem mantendo contatos com o ex-presidente Lula. Na semana passada, a viúva de Campos, Renata, e o governador de Pernambuco, Paulo Câmara, visitaram o petista em seu instituto, em São Paulo. Lula tem alta popularidade no estado e o PSB gostaria que o PT não tivesse candidato a governador em Pernambuco.
No final do ano passado, o presidente nacional do PSB, Carlos Siqueira, se reuniu com Barbosa e o convidou a se filiar ao partido para disputar a Presidência. O ex-ministro ficou de pensar e dar uma resposta no início deste ano, o que ainda não aconteceu.
Segundo um deputado da legenda, diante da resistência interna à construção da candidatura, a sensação hoje é de que o projeto afundou. "Foi feito um convite para jantar sem passar o endereço", diz o interlocutor ao O Globo.
Segundo um deputado da legenda, diante da resistência interna à construção da candidatura, a sensação hoje é de que o projeto afundou. "Foi feito um convite para jantar sem passar o endereço", diz o interlocutor ao O Globo.
Um dos principais defensores da candidatura de Barbosa, o líder do PSB na Câmara dos Deputados, Júlio Delgado, diz que continua apoiando o ex-ministro. "Se o PSB continuar com essa postura de não dar sequência ao convite que foi feito, defendo que ele (Barbosa) escolha um outro partido. E eu vou apoiá-lo onde estiver".
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