Primeira Miss Elegance é eleita em Complexo Penitenciário Feminino de Salvador




 O desfile que aconteceu neste dia 15 de março último elegeu a primeira “Miss Elegance” no Complexo Penitenciário Feminino Lemos de Brito, em Salvador, capital da Bahia.
O objetivo do evento, organizado pelo grupo Universal nos Presídios (UNP), foi elevar a autoestima das internas e mostrar a beleza que elas possuem, muitas vezes escondida pelo sofrimento e pela dor que carregam dentro de si. A questão foi destacada pelo responsável do UNP no estado, Pastor Marcio Silva.
“A UNP-Bahia trata não somente o espiritual, mas também o psicológico destas mulheres que, outrora, estiveram no mundo do crime, mas que hoje estão tendo a oportunidade de começar uma nova história”, explicou.
Logo no início da manhã, as voluntárias do projeto já estavam preparadas para abrilhantar o dia das internas do conjunto penal. Cortes de cabelo, maquiagem, unhas, sobrancelhas e sorriso no rosto. Esses foram alguns dos detalhes que destacaram ainda mais a beleza das candidatas e participantes do desfile.
Para a diretora do complexo, Luz Marina Ferreira, eventos como este dignificam a mulher e é fundamental para elevar a feminilidade das reclusas. “Eu abraço a ideia de todas as propostas que têm o intuito de reinserir essas mulheres na sociedade, humanizá-las e tratá-las com dignidade. Costumo dizer que elas estão privadas da liberdade, mas não da dignidade”, ressaltou.
Vencedora do Desfile
Beleza, postura, simpatia e elegância foram os requisitos avaliados pelos jurados e que concederam à detenta M.B. o título de primeira “Miss Elegance 2018”. Mas, por trás de sua beleza há uma história que ela afirma jamais esquecer.
M. tem 25 anos, 2 filhos, e está encarcerada desde o dia 15 de agosto de 2017, acusada de comandar o tráfico de drogas em um bairro da capital baiana. Antes de entrar para o mundo do crime, ela era universitária e cursava Fisioterapia. Ao saber do evento organizado pela UNP Bahia, a jovem viu a oportunidade de vivenciar uma experiência única em sua vida.
Durante os preparativos do desfile, as voluntárias do projeto acompanharam e conversaram com as candidatas. Entre uma conversa e outra, M.B. afirmou que fora da cadeia não enxergava oportunidades para ela e que a única saída acabou sendo o crime. Com lágrimas nos olhos, ela escutou dos colaboradores da Universal que Deus tem uma nova história para ela e que bastava aproveitar essa oportunidade.
Horas depois, sem ao menos esperar, lá estava ela, sorridente, feliz, esperançosa e vencedora do concurso. “Eu nunca me senti tão valorizada. E jamais imaginaria que seria tão aceita, como hoje”, afirmou, bastante emocionada.
Se você também deseja fazer parte deste trabalho, procure uma Universal mais próxima de sua casa e obtenha mais informações.
E se você quer conhecer os trabalhos realizados pelo grupo, acesse a página oficial no facebook, UNP Brasil.


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