Apontado como possível alternativa ao ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) na disputa eleitoral, o ex-governador da Bahia Jaques Wagner voltou a defender nesta segunda-feira (9) o apoio a um candidato de outro partido, caso o petista seja mesmo impedido de concorrer. Sou contra escalar um substituto”, disse Wagner, à entrada da reunião do conselho político do partido, em São Paulo, nesta manhã. Frisando que essa é sua opinião pessoal, Wagner afirmou que, se houver interdição ao nome de Lula, o partido deve olhar para os candidatos que estão aí.
O presidente estadual do PT, Luiz Marinho, candidato do partido ao governo de São Paulo, no entanto, disse que, mais do que nunca, Lula é candidato ao Planalto. Sobre o imbróglio jurídico visto no domingo (8), Wagner disse que o PT não deveria endossar a imposição do TRF-4 (Tribunal Regional Federal da Quarta Região, em Porto Alegre).
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No domingo (8), o juiz plantonista do TRF-4 Rogério Favreto, que já foi filiado ao PT e não tem atribuição direta sobre a Operação Lava Jato, decidiu atender a um pedido de três deputados petistas para libertar Lula sob o argumento de que o ex-presidente, ao ficar preso, tem cerceados seus direitos de pré-candidato à Presidência.
Mesmo em férias, Moro, escreveu um despacho afirmando que não era da alçada de Favreto ordenar a libertação. O juiz plantonista respondeu e houve manifestação posterior do João Pedro Gebran Neto, relator da Lava Jato no TRF-4.
Mesmo em férias, Moro, escreveu um despacho afirmando que não era da alçada de Favreto ordenar a libertação. O juiz plantonista respondeu e houve manifestação posterior do João Pedro Gebran Neto, relator da Lava Jato no TRF-4.
O presidente do tribunal regional, Carlos Eduardo Thompson Flores, foi chamado então a arbitrar o caso e decidiu, à noite, contra o ex-presidente, que continuou preso. Nesta segunda, o líder do PT do Senado, Lindbergh Farias (RJ), disse que Lula saiu fortalecido do episódio: “O dia de ontem serve para desmascarar o sistema, a parcialidade do [juiz Sergio] Moro”. O ex-ministro Alexandre Padilha afirmou que a atuação da Justiça, em especial do juiz Sergio Moro, que estava em férias, “agrava a crise institucional no país”.
“Com a decisão de Moro, virou o vale-tudo jurídico. Parece que eles se mijam de medo de Lula se eleger.” Em janeiro, Lula foi condenado, em segunda instância, a 12 anos e 1 mês de prisão pelos crimes de corrupção e lavagem de dinheiro referentes ao caso do tríplex do Guarujá, litoral de São Paulo. O petista está preso desde 7 de abril na carceragem da Polícia Federal, em Curitiba.
Entre março e abril, o STJ (Superior Tribunal de Justiça) e o STF (Supremo Tribunal Federal) negaram pedidos de habeas corpus preventivos para Lula.
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