A convenção nacional do PT, em São Paulo, oficializou a candidatura do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva a Presidência da República, neste sábado (4). O ex-presidente foi confirmado por aclamação dos cerca de 600 delegados que participam do evento.
"Este talvez seja o ato mais forte de desobediência civil do povo brasileiro: resistir com o Lula", afirmou o senador Lindbergh Farias (PT-RJ). "Eles [juízes e promotores] acharam que prendendo Lula, iam acabar com ele e com o PT... Mas Lula continua crescendo", argumentou, dizendo que a luta política "vai até o fim".
O deputado federal Paulo Pimenta (PT-RS) contou como está a disposição do candidato a presidente para a corrida eleitoral deste ano. "Quando eu fui lá [na prisão, em Curitiba] visitá-lo, encontrei ele de manhã cedo com roupa de academia e suada. Ele me disse que levantou cedo pra fazer ginástica porque 'eu tô me preparando para voltar'."
Antes da oficialização, uma carta de Lula foi lida. "A juíza Carolina Lebbos decidiu que não posso dar entrevistas ou gravar vídeos. Parece que não bastou me prender, quer me calar. Aqueles que não querem que eu fale, o que vocês temem que eu diga? O que está acontecendo com o povo? Não querem que eu discuta soluções para esse país? É para isso que vocês, poderosos sem votos e sem ideias, derrubaram uma presidente eleita e humilharam o pais internacionalmente e me condenaram sem provas? Tudo isso com medo de eu dar entrevistas?", escreveu Lula.
"Estou nesta cela, mas são os que me condenaram que estão presos à mentira que armaram. Sou candidato porque não cometi nenhum crime. Desafio a mostrarem provas do que fiz para estar nessa cela. Se querem me derrotar, façam de forma limpa, nas urnas, discutam propostas para o país e tenham responsabilidade", disse a mensagem.
No texto, Lula encerra dizendo que o Brasil precisa "restaurar sua democracia, precisa se reencontrar consigo mesmo e ser feliz de novo" e diz que mantém a fé no povo. "A fé dos brasileiros contra o complexo de vira-latas é a solução para a crise que vivemos".
Em tese, a condenação em segunda instância na Operação Lava Jato deixa o ex-presidente inelegível pelos critérios da Lei da Ficha Limpa. Mesmo assim, o PT diz que vai registrá-lo. A legalidade da candidatura depende de uma análise da Justiça Eleitoral.
Lula lidera as principais pesquisas de intenções de voto para a corrida presidencial. Nos cenários sem ele, quem aparece à frente é o deputado federal Jair Bolsonaro (PSL-RJ).
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