Amigo de Lula há 40 anos, em uma história que remonta à fundação do PT, o ex-governador da Bahia e ex-ministro de dois governos petistas Jaques Wagner explicou ao Valor por que não quis ser o vice na chapa presidencial.
Segundo Wagner, a ele caberia no futuro, em caso de impugnação do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, assumir a candidatura principal: "A mim me incomoda ser o substituto imposto por uma farsa."
Conforme entrevista concedida ao site Valor Econômico, Wagner afirma que se o PT acusa a "interdição artificial" da candidatura do ex-presidente, indicar um substituto legitimaria a trama. Ele acrescenta que caberá a Lula decidir na "undécima hora" sobre a eventual substituição do candidato. "O patrimônio eleitoral é dele", ressalta.
Em caravana eleitoral pela Bahia para conquistar uma vaga ao Senado, Wagner se diz defensor da renovação na política. Ele define a futura chapa de Haddad e Manuela d'Ávila (PCdoB), que assumirá a vice se Lula for impugnado, como a "mais glamour" da eleição.
Questionado sobre o melhor adversário para o PT caso o partido vá ao segundo turno, ele diz que Jair Bolsonaro (PSL) faz "bravatas", e duvida que Geraldo Alckmin (PSDB) chegue lá.
A maioria do PT preferia ele no lugar de Haddad, pela semelhança com Lula: os trejeitos, a voz grossa, o carisma, o estilo conciliador. Já ouviu que é burrice deixar passar a "oportunidade", mas retruca: "Não é a minha."
Durante a caravana eleitoral, que visitou 16 municípios em três dias, Wagner ganhou um chapéu como o de Dominguinhos para se proteger do sol. Logo ouviu de um eleitor: "O senhor é o verdadeiro cangaceiro, acabou com o coronel!"
Uma referência à sua maior proeza eleitoral: vencer o grupo de Antonio Carlos Magalhães (ACM) na eleição para o governo da Bahia em 2006, após 40 anos de reinado do líder baiano.
Com informações do Valor
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