Comunismo, neoliberalismo e social-democracia são três temas que voltaram ao seio do debate político nas eleições 2018 – o primeiro associado por opositores ao PT e à Venezuela, atualmente governada por Nicolás Maduro. Mas o que caracteriza cada uma dessas ideologias? E como elas se inserem na realidade brasileira?
Comunismo
De acordo com o filósofo Rafael Azi, no comunismo o Estado controla os meios de produção, ou seja, as empresas, e ressalta que no Brasil atualmente nenhum partido se encaixa de fato nesse modelo. “No comunismo as empresas são todas estatais. Você já ouviu algum partido defender a estatização das empresas? Aliás, você já ouviu essa palavra que é o contrário de privatização em alguma discussão política? Não? Pois é, isso porque não existe no país hoje nenhum grande partido que defenda o comunismo”, diz.
No artigo “Conservadorismo, liberalismo e socialdemocracia: um estudo de direito político”, o professor Fernando Braga acrescenta que “esse regime preconizava uma corrente de ação revolucionária do proletariado e a instituição de uma organização totalitária, estatocrática, baseada na ditadura do proletariado”.
Neoliberalismo
Azi associa o neoliberalismo ao que se costuma chamar de “capitalismo selvagem”. “Defende o Estado mínimo, privatizações, menos direitos trabalhistas e proteções sociais. Quer saúde e educação de qualidade? Pague por elas. Quer se aposentar? Melhor ter juntado dinheiro pra isso. Essa é a plataforma do PSL. Paulo Guedes [da equipe de Jair Bolsonaro] é um economista neoliberal”, explica.
Social-democracia ou Estado de bem-estar social
Rafael Azi aponta que a ideia de social-democracia é funcionar como um meio-termo. “O Estado social-democrata oferece uma ampla rede de proteção para os indivíduos: saúde, educação, direitos trabalhistas, seguro desemprego, aposentadoria; e ao mesmo tempo mantém as liberdades econômicas”, pontua. Segundo o filósofo, é, “em maior ou menor medida”, o projeto da maior parte dos partidos brasileiros, “inclusive do Partido dos Trabalhadores [PT]”.
Políticas sociais são uma marca de um governo baseado nessa ideologia, segundo o professor Fernando Braga. “O envolvimento direto do Estado na proteção de assistência aos desempregados e a ação direta e indireta do Estado na obtenção de empregos foram, e são, fatos indiscutíveis na maioria das democracias”, analisa.
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