"Nunca tivemos expectativa de o PSDB declarar apoio. Até pela questão regional. Um dos candidatos a governador é [João] Doria. Com Joaquim Barbosa [do PSB] valia uma conversa, mas sem muita expectativa, porque ele não é do meio político. Lamentei muito Ciro [Gomes] não ter ficado no Brasil, sobretudo nesse momento. O PSB, o PSOL e Marina [Silva] estão fechados", disse.
Ele não descartou a possibilidade de ter quadros tucanos em seu eventual governo. "Trabalhei com pessoas do PSDB tanto no Ministério quanto na prefeitura. Eles têm bons técnicos", declarou.
Antipetismo
Instigado sobre a rejeição ao PT nessas eleições, Haddad disse que o antipetismo sempre existiu. Para o ex-prefeito de São Paulo, o partido surgiu na contramão da tradicional esquerda brasileira – imbuída de viés autoritário e distante das massas.
"O PT nasceu da contestação autoritária da esquerda. Isso gerou uma preocupação das elites, porque era um partido de massas. Mas em 2013, perdemos o centro da coisa. O governo se sentiu deslegitimado pelos movimentos e começou a tomar medidas não muito consistentes. Quando resolveu corrigir, não só não tinha mais base política, como a oposição começou a sabotar com pautas-bombas”, ponderou.
Haddad ainda chamou os aliados de Jair Bolsonaro (PSL), produto do antipetismo, de ‘sobras da Ditadura’. "Temos o que sobrou dos porões (da Ditadura) e hoje se expressa politicamente. Não exatamente Bolsonaro, que é uma figura completamente desimportante no meio militar. Mas Mourão era um torturador. Isso deveria causar temor em todos os brasileiros", disse.
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