O vice-governador João Leão (PP) afirma que o governador Rui Costa (PT) deverá se reunir “institucionalmente” com o presidente eleito Jair Bolsonaro (PSL) caso seja convocado.
Durante o governo Michel Temer, o pepista baiano foi a ponte entre o Palácio de Ondina e o Palácio do Planalto.
“O governador Rui Costa não precisa de intermediário para tratar com o Governo Federal. Ele vai tratar disso institucionalmente. Obviamente que se fosse o Haddad seria diferente. Mas, com o Bolsonaro, ele vai tratar disso institucionalmente”.
Leão afirma “ninguém sabe de que maneira o Bolsonaro vai agir e nem vai atuar”. “Ninguém tem ideia. Se você me disser alguma coisa no programa de governo que ele tem para a Bahia… Pelo menos eu não tenho conhecimento de nada. Nós temos uma série de obras. Ele diz que vai concluir a Fiol. Ótimo. O que ele precisar do Governo do Estado tenho certeza que o governador Rui Costa vai ajudar”, ressalta.
“Nós temos um projeto grande da Ponte Salvador-Itaparica. Não precisamos do Governo Federal para realizar, mas se ele quiser vir participar, ótimo. Tenho certeza que o governador Rui Costa aceita. Nós temos uma série de projetos, a Avenida Gal Costa, o restante dos recursos do Metrô para recebermos do Governo Federal, temos uma série de avenidas e ações do Governo da Bahia e uma série de convênios assinados que estão paralisados”, completa.
Indagado se o PP deve integrar a base de Bolsonaro nacionalmente, Leão afirma que ainda não há um consenso sobre isso. “O Bolsonaro fazia parte da nossa bancada. Ele levou aí 20 anos na nossa bancada. Então, não posso dizer se nós faremos parte ou não. Mas, poderemos ser oposição ao governo de Bolsonaro ou darmos um apoio crítico e vamos apoiá-lo naquilo que o partido vê que é bom para o Brasil. Vamos reunir o partido para decidir todas essas ações que o partido vai ter a nível nacional”.
Na Bahia, Haddad teve 72,69% dos votos válidos, contra 27,31% de Bolsonaro. De acordo com os dados do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), a cidade de Luís Eduardo Magalhães foi onde presidente eleito deve maior votação: 58,80%. Lá, o petista teve apenas 41,20%. Em Itapetinga, o candidato do PSL teve 53,69%, enquanto Fernando Haddad ficou com 46,31%. Bolsonaro também ganhou em Buerarema (55,26%) e Teixeira de Freitas (50,97%).
Leão acredita que, após a votação expressiva que obteve na Bahia, Rui deve ganhar um protagonismo maior no cenário nacional. “O PT baiano deu uma ampla vitória para Haddad. Você vê que é realmente uma vitória estrondosa. Vejo que a grande liderança do PT no Brasil hoje é o governador Rui Costa.”
Após a derrota de Haddad, Rui divulgou nota afirmando que “a Bahia seguirá firme, trabalhando e lutando por um Brasil melhor e mais justo”. “Aqui, manteremos o ritmo, com muita transparência e seriedade. A Bahia continuará dando exemplo para o país e sendo motivo de orgulho para seu povo”, destacou o petista.
O prefeito ACM Neto, aliado de Bolsonaro na Bahia, também defendeu diálogo do presidente eleito com o petista baiano para tratamento de assuntos relacionados à Bahia. “Eu defendo que ele tenha um diálogo próximo com o governador, mesmo sendo do PT, Rui Costa, porque os interesses dos baianos têm que estar acima das diferenças político-partidárias.
E eu espero que o governador Rui Costa, mesmo tendo feito uma campanha muito dura contra o Bolsonaro, sobretudo neste segundo turno, também esteja aberto ao diálogo. Porque o diálogo tem que ser dos dois lados”.
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