A equipe do presidente eleito, Jair Bolsonaro (PSL), sondou o deputado Celso Russomanno (PRB-SP) para assumir o Ministério das Cidades. Pelo desenho em estudo na equipe de transição, a ideia é que a pasta seja unificada com Integração Nacional e Turismo. Russomanno disse à reportagem ter sido sondado duas vezes para assumir um ministério, mas não quis dizer para qual pasta teria sido convidado e negou ter aceitado. Pessoas próximas às negociações confirmaram à reportagem de que Bolsonaro estuda indicar o deputado federal para Cidades.
"Até o momento, não [vai fazer parte da equipe ministerial]. Eu não vivo da política, eu vivo da televisão, e se eu assumisse um ministério eu teria que deixar isso", disse Russomanno à reportagem. "Vou continuar ajudando o governo como puder, da mesma maneira que fiz durante o período da eleição", disse.
Hoje ocupado por Alexandre Baldy (PP-GO), o Ministério das Cidades cuida de programas importantes como o Minha Casa, Minha Vida e tem um dos maiores orçamentos da Esplanada. Já sob o guarda-chuva de Integração Nacional ficam assuntos como a transposição do Rio São Francisco e grandes obras de infraestrutura, especialmente nas regiões Norte e Nordeste. Bolsonaro estuda transferir a gestão do Minha Casa, Minha Vida para a Caixa Econômica Federal, a fim de descentralizar o dinheiro do programa, mas isso ainda está em estudo pela equipe do eleito.
O nome de Russomanno, que já concorreu à prefeitura de São Paulo e atualmente é líder do PRB na Câmara, tem a simpatia de parte dos aliados do presidente, mas a conversa causou desconforto dentro do partido. Isso porque o presidente da sigla, Marcos Pereira, não foi avisado antes da sondagem. Coube ao futuro ministro da Casa Civil, Onyx Lorenzoni (DEM-RS), apaziguar os ânimos.
O PRB, embora tenha se coligado com o PSDB de Geraldo Alckmin durante as eleições, declarou apoio a Bolsonaro no segundo turno da corrida presidencial. O bispo Edir Macedo, da Igreja Universal do Reino de Deus -que controla o partido-, gravou um vídeo de apoio ao então candidato.
Bolsonaro pretende concluir até meados de dezembro a composição de seus ministérios. Nesta quarta-feira (21) ele anunciou novos nomes e, com isso, já são onze ministros escolhidos. Entre os indicados estão três do DEM: Lorenzoni, Tereza Cristina (Agricultura) e Luiz Henrique Mandetta (Saúde) e um do PSL, Gustavo Bebianno (Secretaria-Geral).Com 30 deputados na nova bancada, o PRB demonstrou insatisfação com o espaço dado ao DEM no novo governo.
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