Procurado pela reportagem, a defesa do suspeito disse que Edison confessou o crime, mas afirmou que o fez porque Daniel teria estuprado sua esposa. “Em um dado momento, estavam todos confraternizando na churrasqueira e ouviu-se um pedido de socorro. O Edison foi até o quarto, arrombou a porta que estava trancada e flagrou Daniel sem calças, montado em cima da mulher dele, que estava dormindo há algumas horas. Ele flagrou aquela cena e passou a agredir o Daniel agressivamente, levado por forte emoção, e as coisas se levaram para o que a gente sabe.”
No relato da defesa, Juninho diz que Daniel não havia sido convidado para o “after party” em São José dos Pinhais, região metropolitana de Curitiba. Ele teria entrado no Uber de um casal após festa em uma boate e partido em direção à casa. Na ficha policial, consta que o suspeito já tinha “indicativo criminal” por porte ilegal de armas e receptação.
Uma testemunha, que pediu para não ser identificada, disse para a polícia que foi ameaçada pelo suspeito de ter matado o jogador. Segundo a testemunha, Edison Brittes Júnior se reuniu na segunda-feira (29) com ela e outras três pessoas que presenciaram as agressões a Daniel para combinar o relato que fariam à polícia. A testemunha afirmou que não concordou em mentir e resolveu denunciar o caso às autoridades. Ela falou com a imprensa no escritório de seu advogado de defesa, o criminalista Jacob Filho.
Ela estava com o jogador na manhã do crime e disse aos investigadores que presenciou o momento em que Daniel foi espancado por quatro homens na casa de uma mulher, onde um grupo de amigos fazia um “after party”. Ainda segundo o relato da testemunha, os agressores pegaram uma faca, colocaram o jogador “praticamente desfalecido” no porta-malas de um carro e foram embora.
O corpo do atleta, que tinha contrato com o São Paulo até o fim do ano e estava emprestado ao São Bento de Sorocaba (SP), foi encontrado no mesmo dia, parcialmente degolado e com o pênis cortado.
Daniel foi formado na base do Cruzeiro e, depois de muitas lesões, tentava retomar a carreira. Seu corpo foi velado nesta quarta (31) em Conselheiro Lafaiete (MG), onde ele passou parte da infância. Na segunda, os jogadores do São Paulo fizeram uma homenagem ao colega durante um treino da equipe.
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