As incertezas que rondam a reforma da Previdência e os posicionamentos oscilantes do presidente eleito Jair Bolsonaro (PSL) sobre o assunto têm preocupado os brasileiros, principalmente os mais humildes, e dado o que falar nos bastidores da política. Agora, o Bolsonaro disse que pretende apresentar ao Congresso uma proposta fatiada e iniciar a discussão por idade mínima para aposentadoria. Ele acredita que o tema seja votado ainda nos primeiros seis meses de 2019.
Chegando na Câmara dos Deputados também em 2019, o deputado federal eleito Otto Alencar Filho (PSD) formou a sua opinião sobre a reforma da Previdência. Em entrevista ao BNews, ele destacou que a sociedade e os governos como um todo precisam ter um olhar mais responsável em relação ao setor público.
“O grande problema, na minha opinião, é o setor público, que tem muitos privilégios. Nós somos brasileiros e deveríamos ter o mesmo cálculo que há na iniciativa privada. Se fosse assim, nós não estaríamos com tantos problemas nos municípios, estados e na União. Problemas como: aquele que entra com um salário e no final da vida se aposenta pelo teto, mas ele não contribuiu pela média do teto; processos judiciais sem lógica e que fazem com que cinco pessoas recebam R$ 80 milhões, como foi aqui na Bahia... é uma série de problemas que ocorre na Previdência. Existe o rombo e só quem não entende de finanças públicas não percebe. Temos que fazer uma previdência justa para todos”, citou Otto Filho.
O deputado federal eleito reforça que há uma casta de privilegiados na Previdência, que dá o maior rombo e não quer fazer uma reforma de verdade para todos os brasileiros. “Somos todos iguais. Os funcionários públicos já têm vários tipos de garantias e benefícios, muito maiores que do que na iniciativa privada. Não podemos ter dois tipos de Brasil. Precisamos ter o mesmo cálculo, direitos iguais, isto é o justo”, acrescentou.
Na avaliação dele, pode-se até pensar em idades um pouco diferentes de aposentadoria para aqueles funcionários que “dão a sua vida para o trabalho”, como os que estão na área de segurança e militar (policiais e militares). “Mas volto a salientar que o grande problema não é a idade, mas o cálculo, é a forma como você calcula a previdência privada e como é a previdência pública. Tem que igualar. Você pode pensar em uma idade de aposentadoria um pouco menor para produtores rurais, para policiais, militares, empregadas domésticas, ou seja, aqueles que têm alguma dificuldade social”, complementou.
Otto Filho lembrou que o PSD-BA foi contra a reforma da Previdência proposta por Temer porque, em sua maioria, mantinha privilégios do setor público e fazia com que a iniciativa privada, principalmente o trabalhador rural, tivesse uma penalização. No entanto, ele garantiu que, se for para discutir a Previdência, ela tem que ser tratada principalmente pela visão do setor público.
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