Cinco dúvidas comuns sobre o parto normal e humanizado


O parto normal carrega uma série de lendas, mitos e verdades que são capazes de “assustar” as mamães que nunca se submeteram ao procedimento. O ginecologista e obstetra, Alberto Guimarães, defensor dos conceitos de Parto Humanizado e um dos responsáveis pela criação do Programa Parto Sem Medo, revela as principais dúvidas desse tipo de parto:
1.Qual a importância do pré-natal especialmente no caso do parto normal?
O pré-natal é fundamental em todas as circunstâncias, esse é o momento em que a gestante terá toda a informação, o conhecimento e o compartilhamento de experiências. É o período pelo qual o médico orientará a gestante a respeito do procedimento: quais são os sinais que mostram que está chegando a hora; perda do tampão mucoso (secreção gelatinosa que ocorre com a proximidade do parto); contrações uterinas regulares que caracterizam o trabalho de parto; entre outros pormenores.
  1. Quais as vantagens/benefícios do parto normal?
No parto normal, o bebê tem uma chance maior de nascer maduro e com um pulmão funcionando melhor. Também está mais propenso a ser amamentado logo ao nascer. Além disso, cortar o cordão umbilical na hora adequada possibilita que uma quantidade de sangue da placenta passe para o bebê, permitindo que tenha menos chance de ter uma anemia na fase inicial. Para a mãe, há uma grande possibilidade de ter menos sangramento, menos infecção, e ainda, não compromete o útero em uma futura gravidez. A recuperação costuma ser mais rápida, e isso viabiliza que a mulher consiga lidar facilmente com seus cuidados pessoais e de higiene.
3.Em quais casos o parto normal é indicado?
Toda mulher que está grávida deve pensar que é uma candidata natural ao parto normal. É muito raro que o médico não indique este tipo de parto, a não ser que o bebê esteja em uma posição transversa e que vá precisar de uma cesárea. Ou em casos de placenta prévia, centro ou total, que ocorre quando uma mulher já se submeteu à cesariana – a placenta fica na entrada do colo do útero e tampa o local, o que poderá ser necessário se submeter à uma cirurgia.
  1. É verdade que o parto normal alarga o canal vaginal?
Para a passagem do bebê, o canal da vagina precisa que a musculatura se alargue. Entretanto, é importante saber que existem cuidados, exercícios e providências a serem tomadas para que essa musculatura se distenda. Logo após a passagem do bebê, com a diminuição hormonal, e com essa nova configuração corporal, a mulher continuará tendo uma vagina normal, com musculatura apta para as relações sexuais sem quaisquer prejuízos. A mulher não pode optar pela cesárea apenas para não alargar o canal vaginal, até porque o peso do útero no assoalho pélvico já pode distender o músculo. Além de uma incontinência urinária, que também pode ocorrer em quem passou por uma cesariana.
5.Grávida de gêmeos pode ter parto normal?
A grávida gemelar tende a ter partos prematuros, antes das 40 semanas. Essa questão da prematuridade é algo a se considerar. Além disso, a posição dos bebês também é um fator importante para pensar na via de parto. Para pensar no parto normal, o primeiro precisa estar de cabeça para baixo. A diferença do peso entre eles também é importante: é necessário observar se o primeiro tem o peso igual ou maior que o segundo, visto que essa diferença não pode ser muito grande. Mesmo que o bebê esteja sentado, e o planejamento seja uma cesariana, o ideal é que se espere o tempo propício para que a mãe entre em trabalho de parto.
Alberto Guimarães
Formado pela Faculdade de Medicina de Teresópolis (RJ) e mestre pela Escola Paulista de Medicina (UNIFESP), o médico atualmente encabeça a difusão do “Parto Sem Medo”, novo modelo de assistência à parturiente que realça o parto natural como um evento de máxima feminilidade, onde a mulher e o bebê devem ser os protagonistas. Atuou no cargo de gerente médico para humanização do parto e nascimento do Centro de Estudos e Pesquisas Dr. João Amorim, CEJAM, em maternidades municipais de São Paulo e na Secretaria de Saúde do Estado de São Paulo.

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