Uma situação de emergência em uma barragem de rejeitos será simulada pela primeira vez na Bahia, nesta sexta-feira (22). A ação da Jacobina Mineração e Comércio (JMC), controlada pela multinacional canadense Yamana Gold Inc, acontece na cidade de Jacobina, Piemonte da Chapada Diamantina.
Segundo o gerente geral da JMC, Sandro Magalhães, a ação tem o objetivo de preparar os moradores e equipes de atendimento para emergências. “É essencial promover uma consciência de segurança na sociedade, seguindo o exemplo de outros países, que já entenderam a importância da preparação como prioridade constante. Esse momento é, mais que uma determinação legal, um marco importante para Jacobina, pois seremos pioneiros na Bahia na realização de um simulado desse tipo”, explica.
A Yamana garante que em nenhuma das barragens há pontos críticos ou condições que denotem alguma anomalia. Além disso, ressalta que o comportamento e a performance das barragens encontram-se dentro do esperado, com pleno atendimento aos requisitos técnicos e legais.
Os exercícios contam com o apoio e o acompanhamento, desde a sua fase preparatória até a sua realização, do Ministério Público da Bahia (MP-BA), do Instituto do Meio Ambiente e Recursos Hídricos (Inema), do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama), da Guarda Municipal, das Policia Militar e Rodoviária Estadual e Federal, do Corpo de Bombeiros – Bonfim, do Tiro Guerra, da Prefeitura de Jacobina e do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu).
De acordo com a mineradora, “entre janeiro e fevereiro deste ano foram realizadas dez reuniões comunitárias no território, além de visitas domiciliares, entre outras ações com o propósito de tranquilizar a população e prepará-las para que saibam agir em situações de emergência”.
O secretário de Meio Ambiente do Município, Daniel Moura, informou que a gestão municipal tem acompanhado as reuniões realizadas pela Yamana Gold nas comunidades que ficam próximas à mineração. “A Prefeitura tem buscado ter um trabalho de parceria com o Ministério Público e Yamana Gold no sentido de fiscalizar, entender a realidade e também desenvolver um trabalho com as comunidades próximas à mineradora. Sabemos que é de responsabilidade de órgãos como Inema e Agência Nacional de Mineração (ANM) a fiscalização e apontamentos, como Município, temos buscado fazer a nossa parte” pontua Daniel Moura.
Segundo a mineradora, desde 2009 a Jacobina Mineração promove treinamentos internos de segurança e simulados de emergência. A partir de 2017 essa preparação passou a abarcar também o público externo, como as comunidades do entorno que participarão dessa primeira etapa, abrangendo Canavieiras, Pontilhão e Pontilhão de Canavieiras. Em 2018 continuaram as etapas com funcionários, órgãos públicos, líderes comunitários e outras instituições.
No ano passado, no mês de dezembro, representantes da JMC se reuniram com alunos e professores de escolas da região e com comunidades próximas à barragem para a preparação final do simulado, inicialmente agendado para o dia 14 daquele mês. Mas, por causa das fortes chuvas, a ação foi adiada. A mineradora garante que a nova data já estava em estudo pela empresa, junto com os órgãos de segurança e entidades como o Ministério Público, antes mesmo do rompimento da barragem de Brumadinho.
Sobre a barragem
Ao site, a empresa explicou que o sistema de barragens Jacobina Mineração e Comércio (JMC) foi projetado de acordo com o planejamento de produção total das minas da empresa. A capacidade final prevista para o reservatório é de cerca de 27 milhões de m³. Duas barragens compõe o empreendimento. A primeira delas foi construída na década de 80 e está desativada desde 2011.
Ao site, a empresa explicou que o sistema de barragens Jacobina Mineração e Comércio (JMC) foi projetado de acordo com o planejamento de produção total das minas da empresa. A capacidade final prevista para o reservatório é de cerca de 27 milhões de m³. Duas barragens compõe o empreendimento. A primeira delas foi construída na década de 80 e está desativada desde 2011.
A mineradora garante que está totalmente sólida por causa do trabalho de drenagem que é empregado há anos. “Encontra-se em processo de fechamento, por meio de cobertura, revegetação e posterior reintegração ao meio ambiente. A segunda está ativa desde 2011 e, atualmente, utiliza 24% de sua capacidade total.
Também de acordo com a mineradora, as barragens foram construídas com o método linha de centro e alteamento a jusante, os quais garantem maior estabilidade pois há controle do lançamento e da compactação. Também é mais resistente às atividades sísmicas devido a quantidade de material utilizado na parede de contenção. Esse método é diferente do alteamento a montante, modelo mais barato e antigo, no qual a barragem vai crescendo com os próprios rejeitos, o que torna a estrutura instável e com possibilidade de liquefação.
A JMC investiu R$ 1,5 milhão na aquisição de quatro novas sirenes de emergência. Uma será instalada nas proximidades da empresa e as demais serão distribuídas até as proximidades do bairro Nazaré, tendo uma média de 3km de distância entre elas. As novas sirenes possuem tecnologia avançada e emitem, além do som, vibrações sonoras perceptíveis por pessoas com deficiência auditiva. Até a instalação desse sistema, serão utilizadas sirenes móveis compostas por alarmes e voz, que substituirão o modelo atual, composto por sirene que emitem alarmes. O modelo móvel entrará em operação a partir do dia 22 de fevereiro, quando a JMC realizará o simulado para situações de emergência. Já as novas sirenes serão instaladas após o cumprimento dos trâmites legais para o uso de terrenos públicos e privados para esse fim.
Além dos alertas sonoros, há no entorno da barragem placas de sinalização para emergências como rotas de fuga e pontos de encontro. Também são analisados constantemente o volume de água da barragem e mantidos em dia todos os controles ambientais necessários para uma atuação segura, responsável e transparente.
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Governo