Há 100 dias no segundo mandato, Rui gera tensão na base ao manter agenda restrita


No 100° dia do segundo mandato completado nesta quarta-feira (10), o governador Rui Costa (PT) talvez acumule mais semelhanças com o presidente Jair Bolsonaro (PSL) do que gostaria. Deputados estaduais aliados ao petista reclamam que, mesmo após 3 meses de gestão, o governador ainda tem agenda restrita de atendimento e não distribuiu cargos no segundo escalão da gestão. 

Nos corredores da Assembleia Legislativa da Bahia (AL-BA) conta-se a piada de que se o presidente Bolsonaro quiser aprender o que é a tal da “nova política”, sem o famoso “toma lá, dá cá”, basta passar um tempo com o governador baiano. 

“Aqui Rui não recebe os deputados, escolhe os secretários que quer sem aceitar as indicações políticas e só procura a bancada quando está interessado em aprovar os seus projetos”, disparou um deputado estadual da base para outros colegas na Casa Legislativa. A reação? Risos. 

Rui ainda não anunciou nomes chave do segundo escalão, como o novo presidente da Empresa Baiana de Águas e Saneamento (Embasa) e a nova diretoria do Departamento Estadual de Trânsito (Detran). Apesar da insatisfação de uns com a tratativa sem pressa, parlamentares com mais mandatos dizem estarem acostumados com o jeito do governador. 

“Rui sempre foi assim. Essa insatisfação é de quem chegou agora e não conhece como o governador funciona”, assentiu um quadro do PR. Um deputado do PSB também saiu em defesa do governador. “Rui não pode receber a gente sem poder oferecer nada. Como ele ainda não distribuiu cargos em secretarias e no segundo escalão, não há muito o que pode ser feito”, disparou. 

Durante a formação do secretariado, o governador sentou, pelo menos duas vezes, com os presidentes de partidos da sua base. Uma reunião com a bancada do PP também foi feita para tentar alocar o ex-deputado Luiz Agusto na gestão. O governador teria recusado a indicação. (Atualizada às 10h34)

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