A Operação Mendacium, que investiga fraudes no seguro-desemprego, prendeu 10 pessoas hoje (15). Deveriam ser cumpridos 21 mandados de prisão preventiva, mas parte dos suspeitos não havia sido localizada pela Polícia Federal até o início da tarde.
Dos detido, cinco foram encontrados em Mauá, na Grande São Paulo, quatro na capital paulista e um na Bahia. Também foram cumpridas 12 ordens de busca e apreensão.
Está é a segunda fase da operação, deflagrada inicialmente em setembro do ano passado. Segundo estimativa do Ministério da Economia, a organização criminosa recebeu R$ 20,5 milhões em seguros-desemprego fraudulentos de 2015 a 2019. Os criminosos conseguiram, de acordo com a PF, receber indevidamente 13,2 mil parcelas do benefício. Porém, polícia informou que foi possível conseguir o bloqueio de R$ 10,6 milhões nas contas bancárias usadas para o esquema.
A apuração começou em outubro de 2017, a partir de uma denúncia de um trabalhador rural de Presidente Prudente, interior paulista, de que alguém estaria recebendo indevidamente seguro-desemprego em seu nome. A partir do caso, a Polícia Federal afirma ter identificado 408 empresas de fachada que eram usadas para fazer o recebimento do benefício por meio de fraudes.
Segundo a delegada federal Sabrina de Freitas Soares, os líderes do esquema são dois irmãos originários de Goiás. Eles foram presos na primeira etapa da operação no ano passado. Um deles chegou, de acordo com a delegada, a se candidatar para deputado estadual nas últimas eleições.
A PF conseguiu reunir provas sobre a atuação da quadrilha em mais de um estado, principalmente em São Paulo, mas também na Bahia, Goiás e Pará. “Nós temos imagens deles sacando. Sempre a maior parte [das fraudes] foram feitas aqui em São Paulo. Depois da prisão [dos líderes] começaram a ser feitas em Goiânia”, ressaltou a delegada.
Documentos falsos
As investigações mostram que o grupo tanto fraudava o cadastro de trabalhadores sem o conhecimento deles, como também aliciava pessoas para que fornecessem os dados pessoais para serem usados no esquema criminoso.
Foi identificada ainda a inserção de trabalhadores fictícios no sistema do seguro-desemprego, o que, segundo a delegada, foi um aprimoramento do método da quadrilha. “Então eles fabricavam a cédula de identidade no escritório deles, com a qualidade muito boa, diga-se de passagem, a partir daí tiravam CPF com esse documento, criavam carteira de trabalho e fabricavam holerite para a pessoa”, detalhou Sabrina
Na ação de 2018, a polícia encontrou com os acusados um grande número de documentos falsos, instrumentos para confecção de documentação falsa e cerca de R$ 420 mil em dinheiro.
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