Os ministros do Supremo Tribunal Federal (STF), Gilmar Mendes e Marco Aurélio Mello, reagiram com preocupação à troca de mensagens entre o juiz Sergio Moro e o procurador Deltan Dallagnol, coordenador da força-tarefa da Operação Lava Jato, revelada em reportagem publicada neste domingo (9) pelo site The Intercept Brasil.
Segundo a publicação, Moro sugeriu ao Ministério Público Federal (MPF) trocar a ordem de fases da Lava Jato, cobrou a realização de novas operações, deu conselhos e pistas e antecipou ao menos uma decisão judicial.
Para Gilmar Mendes, as alegações trazidas nas reportagens precisam ser investigadas. "O fato é muito grave. Aguardemos os desdobramentos", disse o ministro à BBC News Brasil.
Na avaliação de Marco Aurélio, a troca de mensagens coloca em xeque a imparcialidade da Justiça. "Apenas coloca em dúvida, principalmente ao olhar do leigo, a equidistância do órgão julgador, que tem ser absoluta. Agora, as consequências, eu não sei. Temos que aguardar", afirmou o magistrado, em entrevista à Folha de S. Paulo.
Na avaliação de Marco Aurélio, a troca de mensagens coloca em xeque a imparcialidade da Justiça. "Apenas coloca em dúvida, principalmente ao olhar do leigo, a equidistância do órgão julgador, que tem ser absoluta. Agora, as consequências, eu não sei. Temos que aguardar", afirmou o magistrado, em entrevista à Folha de S. Paulo.
"Isso [relação do juiz e procurador] tem que ser tratado no processo, com ampla publicidade. De forma pública, com absoluta transparência", acrescentou.
O ministro preferiu, no entanto, não comentar detalhes do caso. Ele disse que é preciso aguardar para analisar se as revelações terão alguma interferência na Operação Lava Jato.
O outro lado
Após a publicação das reportagens, a equipe de procuradores da operação divulgou nota chamando a revelação de mensagens de "ataque criminoso à Lava Jato" e disse que o caso põe em risco a segurança de seus integrantes.
Já Sergio Moro minimizou o conteúdo das conversas. "Muito barulho por conta de publicação por site de supostas mensagens obtidas por meios criminosos de celulares de procuradores da Lava Jato. Leitura atenta revela que não tem nada ali apesar das matérias sensacionalistas", disse nas redes sociais.
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