O Ministério Público do Paraguai não vai acusar Ronaldinho Gaúcho e seu irmão, Roberto de Assis, pelo uso de passaportes falsos, de acordo com informação publicada pelo jornal ABC Color na noite desta quinta-feira (5) e confirmada pela reportagem.
De acordo com a Promotoria, os brasileiros admitiram o erro e ficaram livres do processo. O MP considerou que ambos “foram enganados em sua boa-fé” e acabaram beneficiados pelo “critério de oportunidade”, item do Código Penal paraguaio usado quando os suspeitos admitem delito e não têm antecedentes criminais.
“O senhor Ronaldo Assis Moreira, mais conhecido como Ronaldinho, aportou vários dados relevantes para a investigação e, atendendo a isso, foi beneficiado com uma saída processual que estará a cargo do Juizado Penal de Garantias”, afirmou o promotor Frederico Delfino em contato telefônico com a reportagem.
O Ministério Público, no entanto, deixou claro que a decisão final será de um juiz, em audiência que será realizada, provavelmente, nesta sexta (6). Enquanto isso, o ex-atleta e o irmão não podem deixar o país, afirma Delfino. A Promotoria vai sugerir que a dupla pague uma multa ou cumpra serviços sociais no Paraguai.
O MP acusou outras três pessoas. Além do empresário brasileiro Wilmondes Sousa Lira, apontado pelos advogados de Ronaldinho como responsável pelos passaportes falsos e que teve pedido de prisão preventiva por parte da Promotoria, foram acusadas María Isabel Galloso e Esperanza Apolônia Caballero, donas das cédulas de identidade que foram adulteradas para Ronaldinho e Assis.
Eu seu depoimento à Promotoria, Wilmondes permaneceu calado a todo instante.
Na quarta (4), por volta das 21h, integrantes da Polícia Nacional, do Ministério do Interior e do Ministério Público foram até a suíte onde Ronaldinho e seu irmão Assis estavam hospedados, no hotel Yacht y Golf Club, em Lambaré, nas proximidades de Assunção.
Lá, afirmaram ter encontrado passaportes e cédulas de identidade paraguaias falsas nos nomes de Ronaldinho e Assis.
Eles permaneceram a noite no hotel, sob custódia, e foram à sede da Promotoria contra o Crime Organizado para depor na manhã desta quinta-feira. Os documentos foram apreendidos, assim como celulares.
De acordo com o promotor Frederico Delfino, o passaporte foi expedido em janeiro deste ano, e as cédulas de identidade, em dezembro do ano passado.
O ex-atleta chegou ao Paraguai com uma agenda repleta de compromissos. Convidado por Nelson Belotti, um dos donos do cassino Il Palazzo, que fica no hotel onde o ex-camisa 10 da seleção brasileira está hospedado com seu irmão Assis, e pela empresária Dalia López, anfitriã da visita do pentacampeão do mundo ao Paraguai, Ronaldinho a princípio ficaria do dia 4 ao dia 7 de março na região de Assunção.
Uma página no Facebook, “Ronaldinho en Paraguay”, anunciava nos últimos dias quais seriam os compromissos do brasileiro ao lado de Dalia, representante da Fundação Fraternidade Angelical, que teria sido fundada em 2019 e aparece como apoiadora do evento.
De acordo com o jornal ABC Color, do Paraguai, a empresária era, até esta semana, “desconhecida pelo grande público”.
De acordo com a programação, Ronaldinho Gaúcho participaria do lançamento do programa “Móvel de Saúde para Meninas e Meninos”, uma iniciativa anunciada pela empresária para oferecer assistência médica gratuita a crianças e adolescentes em situação de vulnerabilidade por todo o país.
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