Prédio da PGR | Foto: Reprodução / João Américo / PGR
A Procuradoria-Geral da República (PGR) indicou movimentação de "grandes quantias" de dinheiro em espécie pelo desembargador do Tribunal de Justiça do Rio (TJ-RJ) Mário Guimarães Neto e sua esposa, a advogada Gláucia Guimarães. A denúncia foi apresentada ao Superior Tribunal de Justiça (STJ) e, segundo as investigações, Gláucia recebeu depósitos em dinheiro vivo que totalizaram R$ 1,6 milhão entre 2012 e 2019, incluindo repasses de um funcionário do gabinete do desembargador.
De acordo com reportagem de O Globo, o fluxo financeiro foi apontado pela PGR como mais uma prova das acusações contra o desembargador. A denúncia aponta que Mário Guimarães Neto teria recebido, por meio de sua mulher, um pagamento de R$ 6 milhões da Federação das Empresas de Transportes de Passageiros do Estado do Rio de Janeiro (Fetranspor) em troca da venda de uma decisão judicial. A PGR denunciou Mário Guimarães Neto e Gláucia, no último dia 15, pelos crimes de corrupção passiva, lavagem de dinheiro e evasão de divisas. O documento está sob sigilo.
"O afastamento do sigilo bancário de Gláucia Guimarães demonstrou que, mesmo sem ter qualquer função que justifique o recebimento de valores em espécie, a denunciada recebeu depósitos em espécie, entre 01/01/2012 a 15/04/2019, da expressiva quantia de R$ 1.608.994,14", publicou Lindôra Maria Araújo, subprocuradora-geral da República, na denúncia apresentada ao Superior Tribunal de Justiça (STJ).
Do total, três depósitos que totalizaram R$ 37.500,00 foram feitos por um funcionário do gabinete do desembargador, o que provocou estranheza nos investigadores do caso. Além disso, o próprio desembargador Mário Guimarães Neto fez depósitos em dinheiro na conta da mulher que totalizaram R$ 111.900,00.
"Importante salientar que essa movimentação de valores em espécie não se mostra compatível com os rendimentos declarados por Gláucia Guimarães à Receita Federal no período analisado", escreveu a PGR. Prossegue a denúncia: "Portanto, as investigações confirmaram que Gláucia Guimarães e Mário Guimarães Neto costumavam movimentar grandes quantias em espécie corroborando as provas das práticas ilícitas imputadas
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