A explosão de um carro-bomba seguida de um tiroteio entre combatentes do grupo terrorista Estado Islâmico e forças de segurança afegãs deixou ao menos 29 mortos, nesta segunda-feira (3), durante o ataque a uma prisão em Jalalabad, no leste do Afeganistão.
Na noite de domingo (2), os terroristas explodiram um carro-bomba na entrada da prisão, onde prisioneiros do Taleban e do Estado Islâmico eram mantidos junto com criminosos comuns, e começaram a atirar contra os agentes responsáveis pela segurança do local.
De acordo com autoridades afegãs, cerca de 30 militantes do Estado Islâmico participaram diretamente do ataque à prisão. Entre civis, agentes de segurança e terroristas, foram contabilizados, até o momento, 29 mortos e 50 feridos.
De acordo com o porta-voz do governador da província de Nangarhar, da qual Jalalabad é a capital, dos 1.793 presos, a maior parte tentou escapar após a explosão inicial. Foram recapturados 1.025, e 430 permaneceram no interior do prédio. Os demais, 338, seguem foragidos.
Forças especiais do Afeganistão foram enviadas a Jalalabad para auxiliar a polícia local e manter a prisão sob vigilância. Moradores das regiões ao redor da prisão estão sendo evacuados e a cidade entrou em 'lockdown'.
"Toda a cidade de Jalalabad está sob toque de recolher, as lojas estão fechadas", disse à agência de notícias Reuters o parlamentar afegão Sohrab Qaderi. "Jalalabad está completamente vazia."
Mohammad Idres, um dos prisioneiros que permaneceu no prédio, foi contatado por celular e disse à Reuters que consegue ver quatro corpos no chão do lado de fora.
"Estamos com muita fome, está muito quente e não temos água", disse.
"Às vezes, fica silencioso e depois o tiroteio começa", disse ele. "As forças de segurança parecem não avançar porque os atacantes mantêm pontos estratégicos, incluindo as torres de vigia".
De acordo com autoridades locais, o general Yasin Zia, chefe do Exército afegão, também está em Jalalabad para supervisionar as operações.
O ataque ocorreu um dia depois que a agência de inteligência afegã informou que as forças especiais do país mataram um comandante sênior do Estado Islâmico perto de Jalalabad.
Neste domingo, também se encerrou uma trégua de três dias estabelecida entre os talibãs e as forças afegãs em respeito ao Aid al-Adha, feriado sagrado para os muçulmanos. O Estado Islâmico, que assumiu a responsabilidade pelo ataque, não participa da trégua.
Um relatório da ONU publicado em julho estimou que existem cerca de 2.200 membros do grupo terrorista no Afeganistão e que, embora tenha perdido território e sua liderança tenha sido esvaziada, o Estado Islâmico continua capaz de realizar ataques de grande proporção.
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