Cristão, motoboy vítima de racismo perdoa agressor
Após ter sido atacado por um morador de condomínio com insultos racistas, o entregador Matheus Pires Barbosa, de 19 anos, viu sua vida mudar. O vídeo com as agressões se espalhou pelas redes sociais, o que gerou indignação e rendeu apoio ao motoboy. Em entrevista ao jornalista Léo Dias, do site Metrópoles, Mathes falou sobre o episódio, explicou a importância da religião em sua vida e disse que perdoa o agressor.
As imagens foram gravadas na cidade de Valinhos, em São Paulo, no dia 31 de julho. No vídeo, o entregador é chamado pelo morador de “lixo”, de “semianalfabeto”. Além disso, o agressor afirmou que o motoboy tinha inveja do condomínio e da cor de sua pele.
Um ponto que chamou a atenção de usuários de redes sociais, foi o fato de Matheus ter mantido a calma ao responder ao morador. Ao veículo, o entregador contou que sua religião teve papel fundamental na maneira como reagiu.
– Minha mãe sempre me ensinou que a gente tem um valor, tanto para a minha família quanto para a sociedade. E na minha religião, Testemunhas de Jeová, nós aprendemos isso, que existe o preconceito no mundo, e isso é uma realidade, infelizmente. E que quando nós passamos por situações assim, de agressão física ou psicológica, a gente pode conseguir lidar com isso. E nós aprendemos que devemos tratar o mal com o bem – apontou.
Matheus também falou que não esperava passar por aquela situação.
– Na verdade, a gente nunca imagina que isso vá acontecer. Porém, eu sou uma pessoa bem discreta, ainda que tenha uma vida por trás, todo um processo. E a minha vida foi preparada tanto pelos meus pais, que me deram educação, quanto pela minha religião, que é uma coisa que hoje eu gostaria de deixar bem claro(…) Foi o treinamento que eu tive para lidar com essa situação. Não foi algo que eu já tinha passado, porém eu já tinha sido treinado para passar por isso – destacou.
Ele também contou que ficou com vontade de chorar em um determinado momento da discussão, quando o agressor falou sobre um rasgo no seu tênsi.
– Em nenhum momento ele conseguiu me rebaixar como ele queria, mas o que mais doeu foi a questão do sapato mesmo. Parece besta, mas a gente não sabe às vezes quem foi que deu, qual a importância daquilo. E aquilo tinha importância para mim, minha mãe que tinha me dado. Quando ele falou, eu até falei para ele, mas não gravou essa parte. Falei: “Sabe quem que me deu? Foi minha mãe”. Fiquei até com um pouco de vontade de chorar, saí um pouco de perto dele. Então é uma coisa besta, mas foi o que mais me doeu – afirmou.
Por fim, o motoboy explicou que perdoa o agressor, mas que pretende seguir em frente com o processo.
– E eu quero dizer para ele que ele está perdoado, que se ele quiser conversar comigo eu estou à disposição. Vou continuar com o processo, porque acho que a gente tem que fazer o que a lei diz, então se existem leis a gente tem que cumprir, mas não tenho nenhum tipo de ressentimento. Só estou continuando porque eu acho que o Brasil e as pessoas estão me cobrando, e eu tenho que fazer isso porque a lei tem que ser cumprida – ressaltou.
As imagens foram gravadas na cidade de Valinhos, em São Paulo, no dia 31 de julho. No vídeo, o entregador é chamado pelo morador de “lixo”, de “semianalfabeto”. Além disso, o agressor afirmou que o motoboy tinha inveja do condomínio e da cor de sua pele.
Um ponto que chamou a atenção de usuários de redes sociais, foi o fato de Matheus ter mantido a calma ao responder ao morador. Ao veículo, o entregador contou que sua religião teve papel fundamental na maneira como reagiu.
– Minha mãe sempre me ensinou que a gente tem um valor, tanto para a minha família quanto para a sociedade. E na minha religião, Testemunhas de Jeová, nós aprendemos isso, que existe o preconceito no mundo, e isso é uma realidade, infelizmente. E que quando nós passamos por situações assim, de agressão física ou psicológica, a gente pode conseguir lidar com isso. E nós aprendemos que devemos tratar o mal com o bem – apontou.
Matheus também falou que não esperava passar por aquela situação.
– Na verdade, a gente nunca imagina que isso vá acontecer. Porém, eu sou uma pessoa bem discreta, ainda que tenha uma vida por trás, todo um processo. E a minha vida foi preparada tanto pelos meus pais, que me deram educação, quanto pela minha religião, que é uma coisa que hoje eu gostaria de deixar bem claro(…) Foi o treinamento que eu tive para lidar com essa situação. Não foi algo que eu já tinha passado, porém eu já tinha sido treinado para passar por isso – destacou.
Ele também contou que ficou com vontade de chorar em um determinado momento da discussão, quando o agressor falou sobre um rasgo no seu tênsi.
– Em nenhum momento ele conseguiu me rebaixar como ele queria, mas o que mais doeu foi a questão do sapato mesmo. Parece besta, mas a gente não sabe às vezes quem foi que deu, qual a importância daquilo. E aquilo tinha importância para mim, minha mãe que tinha me dado. Quando ele falou, eu até falei para ele, mas não gravou essa parte. Falei: “Sabe quem que me deu? Foi minha mãe”. Fiquei até com um pouco de vontade de chorar, saí um pouco de perto dele. Então é uma coisa besta, mas foi o que mais me doeu – afirmou.
Por fim, o motoboy explicou que perdoa o agressor, mas que pretende seguir em frente com o processo.
– E eu quero dizer para ele que ele está perdoado, que se ele quiser conversar comigo eu estou à disposição. Vou continuar com o processo, porque acho que a gente tem que fazer o que a lei diz, então se existem leis a gente tem que cumprir, mas não tenho nenhum tipo de ressentimento. Só estou continuando porque eu acho que o Brasil e as pessoas estão me cobrando, e eu tenho que fazer isso porque a lei tem que ser cumprida – ressaltou.
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Bahia