Djamila vai ao Ministério Público questionar lucro do Twitter em ofensa a mulher negra

 Terça, 11 de Agosto de 2020 - 08:40

Djamila vai ao Ministério Público questionar lucro do Twitter em ofensa a mulher negra
Foto: Divulgação

A escritora Djamila Ribeiro e um grupo de coletivos do movimento negro apresentaram representação ao Ministério Público Federal pedindo a abertura de um inquérito contra o Twitter. O grupo critica a conduta da rede social em relação aos discursos de ódio disseminados por usuários, especialmente as ofensas e ameaças a mulheres negras.

O pedido à Procuradoria abrange uma indenização por dano coletivo pela empresa, a ser destinada a um fundo de combate à discriminação, e a criação de um órgão externo ao Twitter para definir diretrizes de combate ao ódio contra minorias na rede social.

Fazem parte da representação a Mahin (Organização de Mulheres Negras), a Unegro-SP (União de Negros pela Igualdade) e a Conaq (Coordenação Nacional de Articulação das Comunidades Negras Rurais Quilombolas).

Djamila Ribeiro afirma que o objetivo não é buscar a responsabilização dos indivíduos separadamente, mas cobrar o Twitter para que melhore suas políticas, punindo quem faz os discursos de ódio na plataforma em vez de lucrar com as agressões sofridas pelos usuários que são alvo das ofensas.

"Aqui no Brasil, para as mulheres negras o Twitter é mais problemático porque faz essa exploração econômica do racismo e da misoginia. Já fui atacada várias vezes no Twitter. Isso vai para o trending topics (assuntos mais comentados da rede social), aí os anunciantes anunciam e você está lá recebendo uma série de ataques. A plataforma não muda a política, não toma nenhuma medida e ainda continua recebendo mais anúncios e dinheiro", afirma ela.

No fim de julho, a escritora fez boletim de ocorrência após sua filha sofrer ameaças na rede social (clique aqui e saiba mais).

Procurado, o Twitter diz ter regras que determinam os conteúdos e comportamentos permitidos na plataforma, que elas seguem em constante evolução para que seus usuários se sintam mais seguros e que violações estão sujeitas às medidas cabíveis.


fonte Bahia Noticías

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