Se não controlada, doença causaria explosão de preços de carnes, óleo e alimentos, inclusive veganos.
Phakopsora pachyrhizi. Esse fungo de nome impronunciável provoca a doença mais temida da agricultura brasileira e mundial: a ferrugem asiática, campeã de prejuízos na produção de alimentos. Desde que foi identificada no sul do Paraná há 19 anos, já foi responsável por perdas superiores a R$ 150 bilhões no cultivo da soja.
“Imagine a devastação de uma área agrícola superior ao território do Estado de São Paulo. É esse o potencial de danos que a ferrugem asiática pode causar no Brasil se não for bem controlada”, informa Eliane Kay, diretora executiva do Sindicato Nacional da Indústria de Produtos para Defesa Vegetal (Sindiveg).
A quebra na safra de soja provocada pela ferrugem asiática teria impactos diretos na vida de todos os brasileiros. Para começar, o óleo usado para fritar alimentos ficaria mais caro. O mesmo ocorreria com o preço do biodiesel, uma vez que a soja é responsável por mais de 80% da produção desse combustível no Brasil. Os reflexos chegariam às carnes (bovina, de frangos e de porco), já que aves, suínos e bovinos são os maiores consumidores do farelo de soja. “A falta do farelo provocaria imediato e expressivo aumento no custo de produção das proteínas animais, tornando altíssimos os preços das carnes e inviabilizando o acesso à maior parte dos brasileiros. Até mesmo a produção de remédios e cosméticos que utilizam o grão em sua composição teriam sua cadeia de produção afetada”.
O desastre provocado pela ferrugem asiática também chegaria à balança comercial brasileira. Segundo o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA), em 2021 o Brasil deve colher mais de 132 milhões de toneladas de soja, com o plantio de 380 mil quilômetros quadrados de área, espaço equivalente a 38 milhões de campos de futebol. “A ferrugem pode causar a perda de até 90% das lavouras, tirando o Brasil do comércio internacional de soja, que até agosto atingiu 74 milhões de toneladas”, diz Eliane Kay.
A ferrugem asiática é, assim, a maior preocupação dos sojicultores brasileiros e demanda mais de 80% dos recursos em fungicidas para defesa da cultura. “Felizmente, temos produtos para combater o fungo e proteger as lavouras antes de sua chegada, mas o desafio é muito grande. É preciso estar sempre alerta a esse terrível inimigo da soja e, consequentemente, da economia brasileira”.
Tratamento garante oferta de alimentos
A gravidade da ferrugem asiática exige tratamento especial. Além do vazio sanitário (que é o período em que a área não deve ter nenhuma plantação) para evitar a perpetuação do fungo, o uso racional e seguindo as recomendações técnicas de defensivos agrícolas é a forma mais eficaz para prevenir a doença e evitar as perdas.
“Os fungicidas disponíveis no mercado brasileiro são eficientes e altamente seguros para quem aplica, para a planta, para quem consome os grãos e também para o meio ambiente”, destaca Elaine Kay. “Todas as soluções agrícolas são testadas cientificamente ao longo de anos antes do uso na agricultura. Além disso, passam por rigorosos critérios de análise pelos órgãos regulatórios, assegurando a eficiência no campo e segurança para toda a cadeia, para que então sejam liberados ao mercado. Entretanto, é preciso que os produtores sigam rigorosamente às orientações dos profissionais habilitados, além de se atentarem para as informações da bula e do rótulo do produto, para o manejo correto, seguro e de sucesso dos fungicidas”.
“A indústria de soluções agrícolas está empenhada no desenvolvimento de novas tecnologias para beneficiar o homem do campo e garantir o sucesso da produção de alimentos do Brasil, com isso possibilitando o acesso democrático da população seja na forma de grão, óleo, carnes de animais alimentados com farelo de soja e, ainda, de produtos vegetarianos e veganos, segmentos que crescem cada vez mais e ganham maior importância”, finaliza Eliane Kay.
O cultivo de soja não é prejudicado apenas pela incidência de ferrugem asiática, mas também por outras doenças que crescem todos os anos, como a antracnose e a mancha alvo, causadas por fungos. Infelizmente, além das doenças, diversos outros detratores de produtividade, como pragas e plantas daninhas, também exigem a atenção do produtor e ameaçam diariamente o potencial produtivo da cultura. São exemplos insetos como percevejos, lagartas e a mosca branca, além de plantas daninhas resistentes, tal qual o capim amargoso, o caruru e a buva.
Para saber mais sobre os principais desafios da soja, acesse https://sindiveg.org.br/
Sobre o Sindiveg
O Sindicato Nacional da Indústria de Produtos para Defesa Vegetal (Sindiveg) representa a indústria de produtos para defesa vegetal no Brasil há 79 anos. Reúne 26 associadas, distribuídas pelos diversos Estados do País, o que representa aproximadamente 40% do setor. Com o objetivo de defender, proteger e fomentar o setor, o Sindiveg atua junto aos órgãos governamentais e entidades de classe da indústria e do agronegócio pelo benefício da cadeia nacional de produção de alimentos e matérias-primas. Entre suas principais atribuições estão as relações institucionais, com foco em um marco regulatório previsível, transparente e baseado em ciência, e a representação legitima do setor com base em dados econômicos e informações estatísticas. A entidade também atua em prol do fortalecimento e da valorização da comunicação e da imagem do setor, assim como promove o uso correto e seguro dos defensivos agrícolas. Para mais informações, acesse www.sindiveg.org.br.
Atenciosamente,
Irvin Dias
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