O especial de Natal do Porta dos Fundos estreia nesta quinta-feira (10) e o grupo fez questão de refletir o que viveu em 2019, quando a sede da produtora foi alvo de um atentado à bomba e o canal se tornou objeto de tentativas de censuta. O motivo: o especial do ano passado apresentou um Jesus gay.
"Eu tenho certeza de que só jogaram as bombas no Porta porque Jesus era gay no especial do ano passado. Acho que a gente só está vivo porque Jesus não era gay e preto; senão, seriam ainda mais bombas", afirmou o ator Antonio Tabet, um dos criadores do Porta ao Uol Splash.
O grupo destacou que o Jesus retratado no especial de 2018 era um "mau-caráter", mas isso não gerou a reação que foi vista quando apresentaram um Cristo que poderia ser gay. Neste ano, o título é "Teocracia em Vertigem", uma paródia do documentário político "Democracia em Vertigem", da cineasta Petra Costa.
A produção deste ano tem um forte apelo político e traz referências do cenário nacional, desde o impeachment da presidenta Dilma Rousseff (PT) até a ascensão do presidente Jair Bolsonaro (sem partido).
No entanto, para Fabio Porchat isso não quer dizer que "pegaram mais leve". "O personagem do Gregorio Duvivier fala que é um Deus que 'senta', um Deus 'bicha'. Ano passado, a revolta de alguns foi por homofobia. Isso diz muito mais sobre as pessoas que se revoltaram do que sobre o especial", disse o artista.
"'Foi bem feito a bomba', 'quero ver fazer piada com mitologia romana', 'se Jesus voltar, eu mato de novo'. Essas são frases como as que a gente recebeu. Botei muitas frases dos 'minions', dos Olavos, dos terraplanistas... Tem muita referência no clipe que encerra nosso especial", continuou Porchat.
João Vicente de Castro, outro integrante do Porta, afirmou que apesar das ameaças nunca pensaram em não lançar o especial deste ano. "A gente sempre gostou muito dessa cereja do fim do ano. Os acontecimentos nos deixaram mais tristes do que com medo, por morarmos em um país radical... Aí ficou comprovado mesmo que as pessoas são muito malucas", argumentou.
O especial do ano passado foi veiculado na Netflix, este ano o lançamento será direto no canal do Porta dos Fundos no YouTube. "Não só a gente nunca teve dúvida de que faria o especial, a Viacom também não teve. Quanto ao do ano passado, a Netflix foi muito parceira na luta contra a censura", disse Porchat.
A decisão, justifica a CEO do Porta dos Fundos, Christian Rôças (Crocas), aconteceu em comum acordo com o serviço de streaming. "Em comum acordo com a Netflix, a gente optou por tirar e trazer para o nosso canal por ser mesmo o DNA da marca, por ser o momento de reforçar o que o Porta é como tom de voz. Tanto é que a Netflix liberou para a gente os outros dois especiais".
"Eu tenho certeza de que só jogaram as bombas no Porta porque Jesus era gay no especial do ano passado. Acho que a gente só está vivo porque Jesus não era gay e preto; senão, seriam ainda mais bombas", afirmou o ator Antonio Tabet, um dos criadores do Porta ao Uol Splash.
O grupo destacou que o Jesus retratado no especial de 2018 era um "mau-caráter", mas isso não gerou a reação que foi vista quando apresentaram um Cristo que poderia ser gay. Neste ano, o título é "Teocracia em Vertigem", uma paródia do documentário político "Democracia em Vertigem", da cineasta Petra Costa.
A produção deste ano tem um forte apelo político e traz referências do cenário nacional, desde o impeachment da presidenta Dilma Rousseff (PT) até a ascensão do presidente Jair Bolsonaro (sem partido).
No entanto, para Fabio Porchat isso não quer dizer que "pegaram mais leve". "O personagem do Gregorio Duvivier fala que é um Deus que 'senta', um Deus 'bicha'. Ano passado, a revolta de alguns foi por homofobia. Isso diz muito mais sobre as pessoas que se revoltaram do que sobre o especial", disse o artista.
"'Foi bem feito a bomba', 'quero ver fazer piada com mitologia romana', 'se Jesus voltar, eu mato de novo'. Essas são frases como as que a gente recebeu. Botei muitas frases dos 'minions', dos Olavos, dos terraplanistas... Tem muita referência no clipe que encerra nosso especial", continuou Porchat.
João Vicente de Castro, outro integrante do Porta, afirmou que apesar das ameaças nunca pensaram em não lançar o especial deste ano. "A gente sempre gostou muito dessa cereja do fim do ano. Os acontecimentos nos deixaram mais tristes do que com medo, por morarmos em um país radical... Aí ficou comprovado mesmo que as pessoas são muito malucas", argumentou.
O especial do ano passado foi veiculado na Netflix, este ano o lançamento será direto no canal do Porta dos Fundos no YouTube. "Não só a gente nunca teve dúvida de que faria o especial, a Viacom também não teve. Quanto ao do ano passado, a Netflix foi muito parceira na luta contra a censura", disse Porchat.
A decisão, justifica a CEO do Porta dos Fundos, Christian Rôças (Crocas), aconteceu em comum acordo com o serviço de streaming. "Em comum acordo com a Netflix, a gente optou por tirar e trazer para o nosso canal por ser mesmo o DNA da marca, por ser o momento de reforçar o que o Porta é como tom de voz. Tanto é que a Netflix liberou para a gente os outros dois especiais".