A divulgação dos gastos do Governo Federal apenas com alimentos em 2020 provocou muita polêmica nessa terça-feira (26). O levantamento realizado pelo M(Dados), mostrou que somente em leite condensado foram gastos cerca de R$ 15 milhões.
Porém, a lista de gastos não para por aí. O levantamento também apontou o pagamento de itens que vão muito além dos alimentos básicos. Por exemplo, cerca de R$ 2 milhões foram utilizados na compra de chiclete, R$ 16 milhões em batata frita, R$ 50 milhões em biscoito, R$ 2 milhões em vinho, R$ 13 milhões em sorvete, entre outros itens.
Ao todo, o carrinho de compras do Governo Federal em 2020 custou R$ 1,8 bilhão para os cofres públicos, o que representa um aumento de 20% em relação ao orçamento de 2019.
Para onde foi o leite condensado?
Esse orçamento com leite condensado não se refere apenas aos gastos do Palácio do Planalto, em Brasília. Na verdade, ele se refere aos gastos de todos os órgãos da Administração Pública Federal em 2020. De acordo com o Ministério da Economia, boa parte do R$ 1,8 bilhão foi utilizado nas despesas das Forças Armadas, para a alimentação das tropas em serviço.
Mas isso não deixa a lista de compras menos estranha, já que a compra de alguns itens com o dinheiro público pode ser considerada supérflua e questionável, especialmente nesse momento de crise econômica e sanitária pela qual o Brasil está passando.
Nas redes sociais , aliados do Governo também defenderam que o valor foi gasto nos Restaurantes Universitários de Universidades e Institutos Federais. Porém, a rede pública de nível superior permaneceu fechada em 2020, por causa da pandemia. Logo, esses restaurantes não funcionaram, já que não havia aulas.
Além disso, o provimento da alimentação para boa parte restaurantes universitários é realizado através de empresas terceirizadas, contratadas através de licitação pelos próprios Institutos. Por isso, esse valor não entra nas despesas federais.
Portal da Transparência fora do ar
Após a polêmica com o orçamento de 2020, o site Portal da Transparência, responsável pela divulgação dos gastos públicos, ficou horas fora do ar, o que gerou desconfiança que dados estivessem sendo apagados. Porém, até o momento, não foi constatada nenhuma irregularidade no site.
A polêmica também movimentou os parlamentares da oposição, que entraram com pedido para investigação das compras no Tribunal de Contas da União (TCU).
Fonte: Fala Barreiras