O presidente Jair Bolsonaro (sem partido) voltou a atacar as medidas de segurança em combate ao novo coronavírus. Desta vez, o militar reformado questionou o uso de máscaras para evitar o contágio da doença e citou supostos “efeitos colaterais” baseado em estudos que não tiveram a fonte revelada.
“Pessoal, começam a aparecer estudos aqui, não vou entrar em detalhes, sobre o uso de máscara, que, num primeiro momento aqui, uma universidade alemã fala que elas são prejudiciais a crianças e levam em conta vários itens aqui como irritabilidade, dor de cabeça, dificuldade de concentração, diminuição da percepção de felicidade, recusa em ir para a escola ou creche, desânimo, comprometimento da capacidade de aprendizado, vertigem, fadiga… Então começam a aparecer aqui os efeitos colaterais das máscaras, tá ok?”, afirmou.
Não se sabe ainda qual foi a pesquisa citada pelo presidente, contudo, há um estudo preliminar feito na Alemanha por médicos da Universidade de Witten/Herdecke sobre o uso do aparato de segurança em crianças que cita os problemas apresentados por Bolsonaro. O estudo preliminar foi publicado em dezembro do ano passado e se baseia em uma enquete online preenchida por pais ou responsáveis de cerca de 25 mil crianças e adolescentes.
Segundo informações da BBC Brasil, o levantamento buscou analisar o custo-benefício do uso de máscaras para este grupo específico, mas não tentou negar a eficácia do equipamento como proteção contra a doença. Além disso, os próprios estudiosos que divulgaram a pesquisa afirmaram que ela não foi revisada e “não deve ser considerada conclusiva, usada como base de práticas clínicas ou considerada uma informação válida pela imprensa”.