Primeiro ministro da Saúde do governo de Jair Bolsonaro, Luiz Henrique Mandetta será o primeiro ouvido pela Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Covid-19 no Senado Federal, na manhã desta terça-feira (4). De acordo com interlocutores com acesso ao ministro, a expectativa de um “palanque eleitoral” só deve ser confirmada caso haja provocações por parte de aliados do governo.
Segundo um antigo aliado de Mandetta, o ex-ministro vai tentar manter uma “linha mais técnica”, porém não descarta assumir uma postura de contra-atacar o governo do qual fez parte quando for instado por atuais aliados do Palácio do Planalto. “Não deve haver provocação de graça, mas não vai deixar passar em branco”, afirmou um líder político que manteve contato recente com o ex-titular da Saúde.
Mandetta foi ministro de Bolsonaro até 16 de abril de 2020, após entrar em rota de colisão com o presidente, que defendia remédios sem eficácia comprovada à época, como cloroquina e hidroxicloroquina e era contrário às medidas de isolamento social determinadas por governadores e prefeitos. O depoimento dele na CPI da Covid-19 é considerado com grande potencial bélico, apesar de muitas informações já terem sido divulgadas no livro “Um paciente chamado Brasil”, onde o ex-ministro conta os bastidores dos primeiros meses da crise do novo coronavírus no país.
Além dele, a CPI da Covid-19 ouve os ex-ministros Nelson Teich e Eduardo Pazuello e também o atual titular da pasta, Marcelo Queiroga.