Os corpos de quatro suspeitos de envolvimento nas mortes de dois policiais militares em Vitória da Conquista foram enterrados nesta sexta-feira (6). Segundo informações do Instituto Cigano do Brasil (ICB), a mãe deles e as esposas acompanharam o velório e o enterro através de uma videochamada.
A Polícia Militar afirma que as mortes ocorreram após confronto com os policiais que tentavam prender os suspeitos, pertencentes a uma família de etnia cigana. Ao todo, oito irmãos foram mortos após o crime contra o policial.
Três deles morreram no dia 28 de junho e o quarto no dia 30, ambos na zona rural do município de Anagé. De acordo com a polícia, as mortes ocorreram após os ciganos entrarem em confronto com os policiais que tentavam prendê-los.
Segundo o G1, os quatro membros da mesma família foram enterrados no Cemitério Municipal de Vitória da Conquista, o mesmo em que outros quatro irmãos foram sepultados.
De acordo com o presidente do ICB, Rogério Ribeiro, os corpos dos três homens e um adolescente ainda não tinham sido enterrados, pois a família ainda não havia feito o reconhecimento no Instituto Médico Legal (IML). O pai deles está preso e a mãe em um projeto de proteção do ICB.
O enterro foi feito após a mãe dos mortos assinar um documento que autorizava a funerária a realizar o procedimento sem a presença da família. As questões burocráticas para que isso acontecesse foram realizadas pelo ICB e pela Defensoria Pública de Vitória da Conquista.
O caso
O tenente Luciano Libarino Neves, de 34 anos, e o soldado Robson Brito de Matos, de 30 anos foram mortos a tiros no dia 13 de julho, no distrito de José Gonçalves. As armas e os telefones celulares foram roubados pelos suspeitos e recuperados pela PM nos dias seguintes.
Na mesma semana do crime, o Tribunal de Justiça da Bahia (TJ-BA) expediu mandado de prisão contra todos os suspeitos. Na ocasião, três adultos e um adolescente já havia sido mortos. Os adultos morreram em confronto com a polícia e o adolescente foi baleado em uma farmácia no Centro de Vitória da Conquista e morreu no hospital.
Depois do crime, a família alega que passou a ser perseguida por policiais. Oito irmãos, todos ciganos, foram mortos, sendo dois deles adolescentes de 13 e 17 anos. O pai dos oito irmãos está preso, após também ter sido baleado por miliares. Ele também é suspeito de matar os dois policiais.