Governo estuda retomada do horário de verão após piora na crise hídrica

 

Sob pressão de empresários no setor de turismo, varejo e alimentação, Ministério de Minas e Energias pede novo estudo sobre impactos da volta do horário de verão

fim do horário de verão, decretado em 2019 pelo presidente Jair Bolsonaro, pode ser revertido após uma nova avaliação do ONS (Operador Nacional do Sistema Elétrico). O pedido de um novo estudo sobre os impactos do retorno da medida de economia energética foi feito pelo Ministério de Minas e Energias (MME) após a piora da crise hídrica no país.

Novos hábitos no consumo de energia

De acordo com o ministro Bento Albuquerque, a crise que enfrentamos é a maior em 91 anos — “e só não é pior porque não se media antes”, disse Albuquerque em entrevista ao Poder360. Apesar disso, o ministério, em avaliação prévia, afirmou que não há indícios de que a aplicação do horário de verão traga benefícios para a redução de demanda energética.

“Neste sentido, a contribuição do horário de verão é limitada, tendo em vista que, nos últimos anos, houve mudanças no hábito de consumo de energia da população, deslocando o maior consumo diário de energia para o período diurno. Assim, no momento, o MME não identificou que a aplicação do horário de verão traga benefícios para redução da demanda”, disse o ministério de Minas e Energia em nota à Folha de S. Paulo.

No início do mês, empresários nos setores de turismo, varejo e alimentação pressionaram o governo pedindo o retorno do horário de verão. De acordo com os representantes, o momento é tão delicado que “qualquer economia energética se torna ainda mais relevante”.

Setor elétrico também pressiona governo

Atores do setor de energia e entidades como o Instituto de Defesa do Consumidor (Idec), Instituto Clima e Sociedade (ICS) também enviaram uma proposta de retomada do horário de verão ao governo, como uma medida emergencial para enfrentar a baixa dos reservatórios nas hidrelétricas.

Um estudo do ICS estima que a medida poderia representar uma redução de 2% a 3% no consumo de energia durante o período. Além disso, segundo as entidades, a iniciativa poderia reduzir o acionamento das usinas termelétricas, impactando no preço da conta de luz.

O grupo pede ainda que a Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) realize leilões de eficiência energética, no qual as empresas disputam para oferecer o menor custo na redução de consumo em uma determinada praça.

O MME não revelou quando o pedido de reexame do horário de verão foi feito ao ONS e nem o prazo para que o estudo seja concluído.

Fonte: TecnoBlog


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