O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) devem adotar uma estratégia semelhante e priorizar a eleição de senadores em detrimento das disputas de governos estaduais no próximo ano.
O objetivo é eleger uma bancada forte para dar sustentação ao governo no Congresso Nacional a partir de 2023, reduzindo a dependência de outros partidos e possibilitando a indicação de candidatos à presidência da Câmara dos Deputados e do Senado, cargos considerados chave para a governabilidade.
Para isso, petistas e bolsonaristas devem apoiar candidatos a governos estaduais de outros partidos e negociar para ocupar nas chapas a vaga de senador. Em 2022, haverá apenas uma vaga em disputa em cada um dos 26 estados e no Distrito Federal.
No caso de Lula, o Nordeste é a principal base para tentar fortalecer a bancada de senadores. A aliança entre PT e PSB pode lançar candidatos ao Senado em sete estados da região e alçar um suplente do PSB para a Casa.
Quatro governadores entram na disputa ao Senado na condição de favoritos: os petistas Camilo Santana (Ceará) e Wellington Dias (Piauí), além dos pessebistas Flávio Dino (Maranhão) e Paulo Câmara (Pernambuco).
Na Paraíba, o ex-governador Ricardo Coutinho rompeu com o PSB e se filiou ao PT com a intenção de ser candidato a senador com o apoio de Lula. Ainda há possibilidade de recondução de Jean Paul Prates (PT) no Rio Grande do Norte e de uma candidatura do PSB em Sergipe.
Em Pernambuco, além do governador Paulo Câmara, também disputam a vaga para o Senado com apoio de Lula os deputados federais André de Paula (PSD), Eduardo da Fonte (PP) e Silvio Costa Filho (Republicanos). O PT não descarta lançar a deputada Marília Arraes ou o ex-prefeito do Recife João Paulo.
Na região Norte, dois nomes são prioridade. O senador Paulo Rocha (PT) deve concorrer à reeleição no Pará, e o ex-senador Jorge Viana tentará voltar ao cargo no Acre após ter sido derrotado em 2018.
O assunto esteve na pauta da reunião desta segunda-feira (4), em Brasília, entre Lula e a bancada petista no Congresso. Na reunião, o petista reforçou a necessidade de ampliar a bancada de congressistas da legenda, inclusive no Senado.
"O presidente Lula falou sobre a necessidade de ampliar o número de deputados e senadores, inclusive procurando pessoas que têm uma certa dimensão para elas entrarem na disputa proporcional. Ele vai olhar também os estados onde o PT não vai ter candidato a governador se é possivel ter candidato ao Senado", disse o senador Humberto Costa (PT-PE).
"Hoje o predomínio do centrão é muito grande, e ele [Lula] não pretende ficar refém do centrão, tanto no Senado quanto na Câmara. A meta do PT é fazer 80 a 100 deputados, como já tivemos em outros anos. A meta de senadores para eleger ainda não foi definida, vai ser criada uma comissão de estratégia eleitoral do partido para definir isso", afirmou o pernambucano.
Os bolsonaristas, por sua vez, devem adotar a estratégia de sairem unidos em torno de um nome único nos estados.
Nos bastidores, aliados do presidente na região lembram que a eleição do Senado, apesar de majoritária, não tem segundo turno -diferentemente dos governos estaduais- e que uma unidade do eleitorado de Bolsonaro em torno de um nome pode fazer um contraponto aos nomes apoiados por Lula.
Em agosto, em entrevista à Rádio Jornal de Pernambuco, Bolsonaro tornou pública a linha de estratégia que deve adotar para 2022 nos estados.
"Caso dispute a eleição, tenho interesse em uma bancada de deputado federal e de senadores. Interessa [eleger] governador? Interessa. Mas ficaria em segundo plano, até porque não consegui, até o momento, um partido para dizer que vamos disputar as eleições. O nosso compromisso é esse, deixo o governo do estado para segundo plano", disse.
Ao menos três nomes do círculo militar mais próximo ao presidente devem concorrer ao Senado em 2022: o vice-presidente Hamilton Mourão (PRTB), o ex-ministro da Saúde Eduardo Pazuello (sem partido) e o ex-superintendente da Zona Franca de Manaus Coronel Menezes (Patriota).
Pazuello pode concorrer ao Senado ou à Câmara dos Deputados e tem três opções de estados na mesa: o Rio de Janeiro, onde nasceu; o Amazonas, onde mora parte da sua família; e Roraima, onde foi secretário.
O vice-presidente Hamilton Mourão deve concorrer ao Senado pelo Rio Grande do Sul, mas não descarta disputar o cargo no Rio de Janeiro.
Coronel Menezes, que é amigo próximo de Bolsonaro, vai concorrer ao Senado pelo Amazonas, onde deve polarizar a disputa com o senador Omar Aziz (PSD), presidente da CPI da Covid, e com o ex-prefeito de Manaus e ex-senador Arthur Virgílio Neto (PSDB).
"A nossa pré-candidatura ao Senado faz parte de um pool de candidatos que o presidente tem escolhido em vários estados. Ele quer uma base forte no Congresso Nacional", afirma Coronel Menezes.
Ao menos seis ministros também miram o Senado na eleição do próximo ano: Tarcísio de Freitas (Infraestrutura), Rogério Marinho (Desenvolvimento Regional), Fábio Faria (Comunicações), Tereza Cristina (Agricultura), Flávia Arruda (Governo) e Gilson Machado (Turismo).
Tarcísio de Freitas tem sido incentivado por Bolsonaro a concorrer ao Governo de São Paulo, mas deu indicações de que prefere tentar o Senado por um estado com forte ligação com o agronegócio, caso de Goiás e Mato Grosso.
Os ministros Fábio Faria (Comunicações) e Rogério Marinho (Desenvolvimento Regional), ambos do Rio Grande do Norte, têm planos de concorrer ao Senado e travam uma espécie de guerra fria pelo apoio do presidente em 2022.
Em Pernambuco, o ministro Gilson Machado Neto (Turismo) é pré-candidato a senador e quer assumir a cadeira do atual líder do governo, Fernando Bezerra Coelho, que diz não pretender disputar mandato eletivo em 2022.
Ministra da Secretaria de Governo, Flávia Arruda (PL) é o nome forte para concorrer ao Senado no Distrito Federal. Já a ministra Tereza Cristina, que deve trocar o DEM pelo PP na janela eleitoral, é pré-candidata em Mato Grosso do Sul.
Em Santa Catarina, o nome cotado é o do secretário nacional da Pesca, Jorge Seif Júnior (PL). Mas ele pode mudar de planos se o empresário Luciano Hang decidir se candidatar ao mesmo cargo.
Além de ministros, Bolsonaro também deve apoiar a reeleição de senadores como Roberto Rocha (sem partido) no Maranhão, Elmano Férrer (PP) no Piauí e Fernando Collor (Pros) em Alagoas.
Aliados do presidente derrotados em 2018 também querem tentar voltar ao Senado em 2022, caso de José Medeiros (Podemos) no Mato Grosso e Magno Malta (PL) no Espírito Santo.
Nos maiores colégios eleitorais do país, a tendência é que petistas e bolsonaristas tenham candidaturas próprias ao cargo de senador.
Em São Paulo, maior colégio eleitoral do país, o PT tem como principais nomes os ex-senadores Eduardo Suplicy e Aloizio Mercadante. Já a deputada estadual Janaina Paschoal, hoje no PSL, pode mudar de partido para disputar o cargo, em um movimento de reaproximação ao bolsonarismo.
Em Minas Gerais, o deputado federal e ex-ministro do Turismo Marcelo Álvaro Antonio (PSL) deve ser candidato ao Senado. Para polarizar com ele, o PT almeja a candidatura do deputado Reginaldo Lopes.
No Rio, os petistas querem lançar a deputada federal Benedita da Silva. O campo bolsonarista, por sua vez, está congestionado: além de Mourão e Pazuello, são pré-candidatos o prefeito de Duque de Caxias, Washington Reis (MDB) e o deputado Otoni de Paula (PSC).
O objetivo é eleger uma bancada forte para dar sustentação ao governo no Congresso Nacional a partir de 2023, reduzindo a dependência de outros partidos e possibilitando a indicação de candidatos à presidência da Câmara dos Deputados e do Senado, cargos considerados chave para a governabilidade.
Para isso, petistas e bolsonaristas devem apoiar candidatos a governos estaduais de outros partidos e negociar para ocupar nas chapas a vaga de senador. Em 2022, haverá apenas uma vaga em disputa em cada um dos 26 estados e no Distrito Federal.
No caso de Lula, o Nordeste é a principal base para tentar fortalecer a bancada de senadores. A aliança entre PT e PSB pode lançar candidatos ao Senado em sete estados da região e alçar um suplente do PSB para a Casa.
Quatro governadores entram na disputa ao Senado na condição de favoritos: os petistas Camilo Santana (Ceará) e Wellington Dias (Piauí), além dos pessebistas Flávio Dino (Maranhão) e Paulo Câmara (Pernambuco).
Na Paraíba, o ex-governador Ricardo Coutinho rompeu com o PSB e se filiou ao PT com a intenção de ser candidato a senador com o apoio de Lula. Ainda há possibilidade de recondução de Jean Paul Prates (PT) no Rio Grande do Norte e de uma candidatura do PSB em Sergipe.
Em Pernambuco, além do governador Paulo Câmara, também disputam a vaga para o Senado com apoio de Lula os deputados federais André de Paula (PSD), Eduardo da Fonte (PP) e Silvio Costa Filho (Republicanos). O PT não descarta lançar a deputada Marília Arraes ou o ex-prefeito do Recife João Paulo.
Na região Norte, dois nomes são prioridade. O senador Paulo Rocha (PT) deve concorrer à reeleição no Pará, e o ex-senador Jorge Viana tentará voltar ao cargo no Acre após ter sido derrotado em 2018.
O assunto esteve na pauta da reunião desta segunda-feira (4), em Brasília, entre Lula e a bancada petista no Congresso. Na reunião, o petista reforçou a necessidade de ampliar a bancada de congressistas da legenda, inclusive no Senado.
"O presidente Lula falou sobre a necessidade de ampliar o número de deputados e senadores, inclusive procurando pessoas que têm uma certa dimensão para elas entrarem na disputa proporcional. Ele vai olhar também os estados onde o PT não vai ter candidato a governador se é possivel ter candidato ao Senado", disse o senador Humberto Costa (PT-PE).
"Hoje o predomínio do centrão é muito grande, e ele [Lula] não pretende ficar refém do centrão, tanto no Senado quanto na Câmara. A meta do PT é fazer 80 a 100 deputados, como já tivemos em outros anos. A meta de senadores para eleger ainda não foi definida, vai ser criada uma comissão de estratégia eleitoral do partido para definir isso", afirmou o pernambucano.
Os bolsonaristas, por sua vez, devem adotar a estratégia de sairem unidos em torno de um nome único nos estados.
Nos bastidores, aliados do presidente na região lembram que a eleição do Senado, apesar de majoritária, não tem segundo turno -diferentemente dos governos estaduais- e que uma unidade do eleitorado de Bolsonaro em torno de um nome pode fazer um contraponto aos nomes apoiados por Lula.
Em agosto, em entrevista à Rádio Jornal de Pernambuco, Bolsonaro tornou pública a linha de estratégia que deve adotar para 2022 nos estados.
"Caso dispute a eleição, tenho interesse em uma bancada de deputado federal e de senadores. Interessa [eleger] governador? Interessa. Mas ficaria em segundo plano, até porque não consegui, até o momento, um partido para dizer que vamos disputar as eleições. O nosso compromisso é esse, deixo o governo do estado para segundo plano", disse.
Ao menos três nomes do círculo militar mais próximo ao presidente devem concorrer ao Senado em 2022: o vice-presidente Hamilton Mourão (PRTB), o ex-ministro da Saúde Eduardo Pazuello (sem partido) e o ex-superintendente da Zona Franca de Manaus Coronel Menezes (Patriota).
Pazuello pode concorrer ao Senado ou à Câmara dos Deputados e tem três opções de estados na mesa: o Rio de Janeiro, onde nasceu; o Amazonas, onde mora parte da sua família; e Roraima, onde foi secretário.
O vice-presidente Hamilton Mourão deve concorrer ao Senado pelo Rio Grande do Sul, mas não descarta disputar o cargo no Rio de Janeiro.
Coronel Menezes, que é amigo próximo de Bolsonaro, vai concorrer ao Senado pelo Amazonas, onde deve polarizar a disputa com o senador Omar Aziz (PSD), presidente da CPI da Covid, e com o ex-prefeito de Manaus e ex-senador Arthur Virgílio Neto (PSDB).
"A nossa pré-candidatura ao Senado faz parte de um pool de candidatos que o presidente tem escolhido em vários estados. Ele quer uma base forte no Congresso Nacional", afirma Coronel Menezes.
Ao menos seis ministros também miram o Senado na eleição do próximo ano: Tarcísio de Freitas (Infraestrutura), Rogério Marinho (Desenvolvimento Regional), Fábio Faria (Comunicações), Tereza Cristina (Agricultura), Flávia Arruda (Governo) e Gilson Machado (Turismo).
Tarcísio de Freitas tem sido incentivado por Bolsonaro a concorrer ao Governo de São Paulo, mas deu indicações de que prefere tentar o Senado por um estado com forte ligação com o agronegócio, caso de Goiás e Mato Grosso.
Os ministros Fábio Faria (Comunicações) e Rogério Marinho (Desenvolvimento Regional), ambos do Rio Grande do Norte, têm planos de concorrer ao Senado e travam uma espécie de guerra fria pelo apoio do presidente em 2022.
Em Pernambuco, o ministro Gilson Machado Neto (Turismo) é pré-candidato a senador e quer assumir a cadeira do atual líder do governo, Fernando Bezerra Coelho, que diz não pretender disputar mandato eletivo em 2022.
Ministra da Secretaria de Governo, Flávia Arruda (PL) é o nome forte para concorrer ao Senado no Distrito Federal. Já a ministra Tereza Cristina, que deve trocar o DEM pelo PP na janela eleitoral, é pré-candidata em Mato Grosso do Sul.
Em Santa Catarina, o nome cotado é o do secretário nacional da Pesca, Jorge Seif Júnior (PL). Mas ele pode mudar de planos se o empresário Luciano Hang decidir se candidatar ao mesmo cargo.
Além de ministros, Bolsonaro também deve apoiar a reeleição de senadores como Roberto Rocha (sem partido) no Maranhão, Elmano Férrer (PP) no Piauí e Fernando Collor (Pros) em Alagoas.
Aliados do presidente derrotados em 2018 também querem tentar voltar ao Senado em 2022, caso de José Medeiros (Podemos) no Mato Grosso e Magno Malta (PL) no Espírito Santo.
Nos maiores colégios eleitorais do país, a tendência é que petistas e bolsonaristas tenham candidaturas próprias ao cargo de senador.
Em São Paulo, maior colégio eleitoral do país, o PT tem como principais nomes os ex-senadores Eduardo Suplicy e Aloizio Mercadante. Já a deputada estadual Janaina Paschoal, hoje no PSL, pode mudar de partido para disputar o cargo, em um movimento de reaproximação ao bolsonarismo.
Em Minas Gerais, o deputado federal e ex-ministro do Turismo Marcelo Álvaro Antonio (PSL) deve ser candidato ao Senado. Para polarizar com ele, o PT almeja a candidatura do deputado Reginaldo Lopes.
No Rio, os petistas querem lançar a deputada federal Benedita da Silva. O campo bolsonarista, por sua vez, está congestionado: além de Mourão e Pazuello, são pré-candidatos o prefeito de Duque de Caxias, Washington Reis (MDB) e o deputado Otoni de Paula (PSC).