O cenário na base governista da Bahia após reunião desta última quarta-feira (23) teria ficado supostamente assim: o candidato a governador será mesmo João Leão. O que acontece é que, com um jogo de ‘empurra-empurra’ entre Wagner, que joga pra Otto e Otto joga pra Wagner, o vice-governador teria sido o escolhido.
A decisão será anunciada depois do Carnaval, e conforme o #Acesse Política vem cogitando há mais de 1 ano, a chapa teria ficado assim: Rui Costa (PT) irá disputar uma cadeira ao Senado, Otto Alencar (PSD) será o vice ou indicará uma mulher para vaga, e João Leão (PP) irá ser o pré-candidato a governador.
O vice-governador deve assumir o governo do Estado no final de março ou inicio de abril, e o fato foi o que pesou em favor de Leão. A data ainda será decidida para lançamento oficial da chapa.
Wagner
Segundo a revista Veja, o senador Jaques Wagner (PT) deve ser um dos coordenadores nacionais da campanha presidencial de Lula da Silva e não se candidatar ao governo da Bahia.
Amigo de Lula desde os anos 1980, quando ambos dividiam um chevete para abrir diretórios municipais do PT no interior baiano, Wagner se torna imediatamente o braço-direito de Lula na campanha se não for candidato. A campanha de Lula terá na coordenação a presidente do PT, Gleisi Hoffmann, e os ex-ministros Franklin Martins, Aloizio Mercadante e Luiz Dulci.
Ex-ministro do Conselho da República, do Trabalho, das Relações Institucionais, da Defesa, da Casa Civil e do Gabinete Presidencial, o senador é um coringa. Em 2018, quando estava preso em Curitiba, Lula sugeriu Wagner como seu substituto e só depois da recusa é que procurou Fernando Haddad para ser o candidato a presidente. Em um eventual terceiro governo Lula, Wagner pode ser de ministro da Casa Civil ao da Fazenda.
A decisão de Wagner incorre em riscos. Sem ele, é grande a possibilidade de o PT perder o governo da Bahia depois de quatro mandatos (dois dele, entre 2007-14 e dois de Rui Costa, de 2015 até agora).
As eleições na Bahia não são para amadores. Em 2006 e 2014, as pesquisas cravaram a derrota do PT até poucas semanas antes da eleição e, em ambos os casos, o partido venceu no primeiro turno.
Quarto maior colégio eleitoral do País, a Bahia se tornou uma fortaleza do PT desde 2002, quando Lula levou dois de cada três votos baianos contra José Serra. Depois de cinco vitórias seguidas e 16 anos de administração estadual petista, a dúvida baiana para a eleição presidencial desde ano não é se Lula vai levar a maioria, mas se a sua vantagem vai chegar a 4 milhões de votos já no primeiro turno. Mas a mudança na candidatura ao governo não deve alterar esse quadro, já que Leão e o PP são aliados de Lula e do PT há mais de uma década no estado.