Os pré-candidatos à presidência da República vêm dedicando tempo e estratégias para atrair o voto do eleitorado evangélico. No último domingo, o ex-governador do Ceará Ciro Gomes (PDT) esteve em um culto ao lado da esposa e do ex-deputado federal Cabo Daciolo.
Ciro Gomes e a mulher, Giselle Bezerra, foram acompanhados de Daciolo à Igreja do Senhor Jesus, em Fortaleza (CE), liderada pelo apóstolo Luiz Henrique (PP), que é deputado estadual.
Daciolo, que chegou a se apresentar como pré-candidato a presidente na disputa de 2022, abriu mão da candidatura e declarou, ainda em 2021, a Ciro Gomes. O polêmico e caricato ex-deputado atribuiu seu posicionamento a uma inspiração do Espírito Santo.
Nas redes sociais, Ciro Gomes afirmou que foi ao culto para um “momento de fé e meditação”, num contraste com o arroubo autoritário manifestado por ele próprio em 2020, quando apoiou a prisão de padres e pastores que não aceitassem suspender cultos presenciais.
Em 2018, na eleição vencida por Jair Bolsonaro, Ciro e Daciolo foram adversários, conquistando à época 13,3 milhões e 1,3 milhão de votos, respectivamente.
Marketing
A imagem de Ciro Gomes com um exemplar da Bíblia Sagrada é uma continuidade do vídeo de marketing político lançado por ele em junho de 2021, quando apontou que “Bíblia e Constituição não são conflitantes”, numa tentativa de equivalência entre o livro sagrado do cristianismo e o carta magna da legislação brasileira.
À época, o pastor Silas Malafaia rebateu a tentativa de aproximação com evangélicos dizendo que o gesto tinha pouco significado prático: “Ciro Gomes grava um vídeo que é para a gente rir: uma mão, está a Bíblia, na outra mão, a Constituição. Uma palavra linda para tentar enganar o povo cristão do Brasil. Quem produziu o vídeo? O marqueteiro João Santana, que foi do PT e preso”, introduziu o líder da Assembleia de Deus Vitória em Cristo (ADVEC).
Malafaia fez um breve resumo das ações do partido de Ciro Gomes nos últimos anos: “Vamos ver o que é o PDT do Ciro Gomes? Em tudo que é Câmara Municipal votou a favor da ideologia de gênero, essa ideologia do marxismo cultural que quer dizer que ninguém nasce homem ou mulher”, disse Malafaia.
“O PDT, com mais quatro partidos, entrou no Supremo Tribunal Federal contra uma portaria do Ministério da Saúde que determina […] toda mulher que for no SUS fazer aborto porque foi estuprada, denuncie o estuprador e veja no ultrassom o bebê, para que ela decida se quer ou não o aborto”, relembrou o pastor.
“Nem Lula, nem o PT, nem Ciro, nem o PDT vai nos enganar mais. Vocês não enganam mais. Não vem com essa falácia e esse discurso para enganar o povo cristão porque hoje tem redes sociais e a gente desmascara vocês”, finalizou.