Jaques Wagner avisa a Lula que não quer ser candidato, e aliados buscam solução na Bahia

 O senador Jaques Wagner (PT) indicou a aliados e ao ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) que não deseja ser candidato nas eleições de outubro ao Governo da Bahia, estado com 10,8 milhões de eleitores e quarto maior colégio eleitoral do país.

Com o recuo, aliados tentam construir uma nova alternativa para concorrer ao governo e liderar grupo político que comanda o estado há 15 anos. A sucessão na Bahia promete uma disputa acirrada entre o grupo governista e o ex-prefeito de Salvador, ACM Neto (União Brasil), pré-candidato da oposição.

O favorito para assumir a candidatura ao Governo da Bahia é o senador Otto Alencar (PSD), ex-adversário que se tornou aliado do PT em 2010 e é visto dentro do grupo como um nome confiável.



Jaques Wagner durante audiência pública na Comissão de Meio Ambiente - Jane de Araújo-3.mar.20/Agência Senado


A escolha, contudo, enfrenta resistências do comando nacional do PSD, que prefere ver Otto concorrendo à reeleição. A disputa para o Senado é considerada mais tranquila frente à falta de um nome de maior musculatura para o cargo no campo da oposição. 

Diante do impasse, surgiu na mesa de negociações uma terceira alternativa: a escolha de um novo nome do PT para concorrer ao governo no lugar de Jaques Wagner e a manutenção de Otto como candidato ao Senado.

Esta opção, contudo, tem um outro obstáculo: a falta de um nome natural. Nos sete anos de governo Rui Costa (PT), nenhum dos deputados da bancada baiana e do secretariado do governador conseguiu se cacifar para tentar concorrer ao cargo.

A última opção seria Wagner recuar do recuo e ser candidato ao governo. Mas este cenário só é provável caso a sua desistência signifique a implosão da base aliada, com o rompimento de aliados e dissidências para a oposição.

A decisão de Jaques Wagner de não concorrer ao Governo da Bahia é de caráter pessoal. Aos 70 anos, o ex-ministro se sente confortável em seu mandato no Senado, que se encerra apenas em 2027, e não deseja voltar ao centro do palco da política baiana.

As investigações das quais é alvo, que tendem a ser repisadas meio a um possível acirramento da campanha, também seriam um incômodo para o senador, segundo aliados. Procurado, Jaques Wagner não respondeu aos contatos da reportagem.

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