Em pleno 2025, a cidade de Paramirim, no sudoeste baiano, assiste com frustração ao descalabro de uma infraestrutura fundamental para o desenvolvimento regional. O Aeroporto Regional José Valério, que deveria ser um ponto de conexão vital para a cidade e a região, virou sinônimo de abandono e descaso. O que era para ser um centro de progresso agora está à beira do colapso, com sua estrutura comprometida e a cobertura desabada.
A pista de pouso do aeroporto, que ainda mantém alguma funcionalidade, está longe de ser o problema principal. O grande ponto de preocupação é a estrutura física do terminal e da área de embarque, que mais parece um cenário de um filme apocalíptico do que um equipamento que deveria representar um elo entre Paramirim e o mundo. O teto do terminal cedeu em diversos pontos, criando um risco iminente para quem se atreve a passar por lá. Se já era um aeroporto limitado em recursos e serviços, agora nem segurança ele oferece.
O que mais choca é a inércia das autoridades competentes diante de um quadro que poderia ter sido evitado. As promessas de revitalização e investimentos nunca se concretizaram, e o que era para ser um terminal moderno e eficiente se tornou um estigma de má gestão pública. O que aconteceu com os recursos destinados à manutenção e à ampliação do aeroporto? Onde está o planejamento para garantir que a cidade não perca mais uma vez a chance de se desenvolver?
A situação é ainda mais grave quando se leva em consideração a posição estratégica
do município. Paramirim está no sudoeste baiano, uma região que tem tudo para ser um polo econômico, com potencial no turismo, no agronegócio e nas conexões comerciais com outras cidades. No entanto, ao invés de ser um ponto de entrada de investimentos e visitantes, o Aeroporto José Valério mais parece um exemplo de como o Brasil ainda trata com negligência os espaços essenciais para o crescimento regional.
É um escárnio que, em pleno século XXI, o aeroporto de uma cidade de grande importância para o sudoeste da Bahia esteja prestes a virar ruínas. E o que é pior: a responsabilidade pelo estado do local recai sobre gestores públicos que têm feito pouco para evitar que a tragédia se concretize. As palavras vazias de promessas e os recursos diluídos são reflexos de um sistema que não dá conta de entregar aquilo que é básico para a população.